Bill Clinton critica espionagem da Petrobras por agência dos EUA

Durante entrevista ao jornal, ex-presidente dos EUA avalia que Brasil deveria ter uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton criticou, em entrevista para o jornal O Globo desta segunda-feira (9), criticou Washington pelo rastreamento das comunicações da Petrobras (PETR3;PETR4). Ele considera que a segurança não deve ser usada como pretexto para que haja espionagem econômica. 

“Em primeiro lugar, não deveríamos levantar informação econômica sob o pretexto de segurança. Não com um aliado. Isso só deveria ocorrer quando há um acordo de transparência, que é outra coisa. E, nestes casos, falamos abertamente um para o outro o que ocorre”.

O ex-presidente dos EUA destacou que todos os países terão de trabalhar em seus protocolos de privacidade. E afirmou que, no caso do Brasil, o incômodo maior foi em relação ao acompanhamento das conversas telefônicas da presidente Dilma Rousseff. 

Continua depois da publicidade

Bill Clinton defendeu que a espionagem realizada pelos EUA por questões de segurança, mas também destacou que os norte-americanos gastam menos do que os europeus para proteger a informação. O sistema dos EUA, afirma ele, permite violações, como no caso do ex-prestador de serviços da NSA (Agência Nacional de Segurança), Edward Snowden, que revelou o esquema de espionagem em Washington. 

Ele ainda defendeu a entrada de Brasil e Índia no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e considera difícil justificar a ausência dos dois países com a importância econômica e política que possui. Além disso, Clinton elogiou a saída de milhões de pessoas da pobreza extrema no Brasil. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.