Belo Monte: Ativa considera resultado neutro, com evento já precificado

Entretanto, representa perdas para a Eletrobras, que tem 49% do projeto, mesmo nos cenários mais otimistas

Beatriz Nantes

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SÃO PAULO – Após o Consórcio Norte Energia vencer o leilão de Belo Monte – apesar da presença de manifestantes na sede da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e mais uma liminar que impediu temporariamente a divulgação do resultado – os analistas da Ativa consideraram o resultado do leilão neutro.

“O valor a que foi negociada a energia da usina veio dentro da expectativa do mercado e tem efeito neutro já que o evento estava plenamente precificado”. Apesar disso, a equipe de análise da corretora acredita que o evento apresenta perdas para a Eletrobras (ELET3, ELET6) mesmo no cenário mais otimista.

O preço estabelecido, de R$ 78,03 por megawatt-hora, representa deságio de 6% com relação ao lance máximo de R$ 83 por megawatt-hora. Os analistas explicam que de toda energia assegurada, 70% será negociado no mercado regulado por este preço, 10% será destinado a auto-produtores e 20% será ofertada no mercado livre.

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Mudanças no consórcio vencedor
Após a realização do leilão, a Queiroz Galvão confirmou, em entrevista à Folha de São Paulo, interesse em deixar o consórcio, por divergências com relação a tarifa, considerada baixa pela construtora. A J Malucelli, também indicada como uma das empresas que poderia deixar o consórcio, negou nesta quarta-feira (21) que deixaria o projeto.

Por outro lado, algumas empresas já demonstraram interesse em se associar à Norte Energia. É o caso de CSN (CSNA3), Braskem (BRKM5) e Gerdau (GGBR4), que pretendem utilizar a produção da usina para consumo próprio, e a Eletronorte, outra subsidiária da Eletrobras, que entrará como operadora da usina.

Questões legais
Por fim, os analistas da Ativa ressaltaram que “uma nova batalha juducial em torno do polêmico projeto já vem sendo antecipada por diversos interessados no empreendimento”. Isto confirma as percepções da equipe quanto aos riscos jurídicos, ambientais e questões sociais na região da construção, que se somam aos riscos de engenharia e complexidade logística.