Aquecimento global: Amazônia deve se transformar em savanas

Segundo relatório da ONU, as regiões mais pobres do planeta devem ser as mais afetadas pelo fenômeno

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Relatório Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), na última sexta-feira (06), revela que o aumento de temperatura do planeta, associado à redução da quantidade de água, pode transformar a floresta Amazônica em savanas (vegetação composta por gramíneas, árvores esparsas e arbustos, semelhante ao cerrado).

Outra pesquisa, conduzida pela organização ambientalista WWF, também mostra um futuro ameaçador para o chamado “pulmão do mundo”. Segundo a ONG, cerca de 30 a 60% da floresta pode se tornar área de cerrado.

Conforme veiculou a Agência Brasil, os estudos sobre a América Latina ainda apontam que a mudança climática deve transformar áreas próprias para agricultura em regiões desertificadas. Já o semi-árido deve passar a zona árida, ou seja, mais seco e quente, levando à extinção de várias espécies da floresta e fauna da região.

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Consequência mundial

De acordo com o relatório da ONU, até 2020, as populações mais pobres devem ser as mais afetadas pelo aquecimento global. A África, por exemplo, que está entre os continentes mais vulneráveis do mundo, deve sofrer falta de água, o que afetará entre 75 e 250 milhões de pessoas.

A Ásia também deve ser atingida pela escassez de água, e 1 milhão de pessoas devem sofrer com seus efeitos. A diminuição de recursos hídricos deve provocar problemas de irrigação nas lavouras e, conseqüentemente, redução na produção de alimentos. O derretimento de geleiras deve causar inundações, matando milhares de pessoas com doenças como a cólera, em vários países do continente.

Migrações de animais

O relatório destaca ainda migrações de pássaros, mamíferos e de grandes predadores. Pequenas ilhas localizadas nos trópicos e nas extremidades do planeta devem ser afetadas pelas mudanças climáticas e pelo aumento no nível do mar.

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Populações do Caribe e Pacífico devem sofrer longos períodos de seca. Europa e América do Norte enfrentarão altas temperaturas e o aumento da freqüência de queimadas, provocando problemas de saúde à população.