O que esses 7 fundos fizeram para não perder dinheiro no caótico mês de maio?

Os fundos com estratégias focadas em dólar e no mercado exclusivamente internacional foram excluídos do levantamento, uma vez que o cenário foi menos desafiador com o dólar batendo recordes de alta

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – “Sell in may and go away” é uma frase já tradicional do mercado financeiro ao ponto de se tornar até um tanto folclórica. Ela diz respeito ao período pré-férias de verão nos Estados Unidos. Vale lembrar que uma parcela importante do mercado acionário brasileiro é de estrangeiros. Neste ano, a profecia foi realizada e tanto estrangeiros quanto brasileiros saíram vendendo suas ações na Bolsa brasileira em meio às incertezas políticas e a greve dos caminhoneiros.

O resultado foi a queda de quase 11% do Ibovespa, em seu pior resultado em três anos e meio e os fundos multimercados recuaram 2,20%, segundo o IHFA (Índice de Hedge Funds da Anbima). Mas enquanto uns choram, outros vendem lenço: 7 fundos multimercados conseguiram manter a performance positiva. 

O InfoMoney foi atrás das explicações das estratégias vencedoras de cada um deles e você pode conferir tudo no programa “Top Fundos” (no player abaixo) Vale lembrar que fundos com estratégias focadas em dólar e no mercado exclusivamente internacional foram excluídos do levantamento, uma vez que o cenário foi menos desafiador com o dólar batendo recordes de alta. Foi o caso do Geo Empresas Globais, que teve ganhos de 9,28%, com diversificação tanto geográfica pelas empresas quanto cambial. 

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Confira os 7 fundos multimercados que conseguiram sobreviver a maio em patamar positivo:

Fundo Retorno absoluto em maio Aplicação inicial mínima Taxa de administração

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Gávea Macro 3,06% R$ 50 mil 1,98%
Truxt Macro Advisory 1,40% R$ 20 mil 1,90%
Az Quest Total Return 1,11% R$ 5 mil 2%
Absolute Hedge 0,97% R$ 5 mil 1,90%
Safari  0,94% R$ 25 mil 1,80%
RPS Total Return D30 0,83% R$ 50 mil 2%
SulAmerica Endurance 0,57% R$ 5 mil 1%

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Gávea Investimentos: O gestor estava comprado em dólar, tomado em juros no Brasil e vendido no Ibovespa.

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Truxt Investimentos: José Tovar, CEO da Truxt, conta que a equipe de gestão já observava, desde março, que o incentivo fiscal norte-americano acabaria pressionando a taxa de juros por lá e fortaleceria o dólar. Cenário complicado para os países emergentes, em especial aqueles com fragilidades adicionais, como é o caso do Brasil. As apostas já não eram otimistas desde abril, segundo Tovar.

No mês passado, o fundo estava tomado em juros com vencimento em dois e três anos, apostando na subida de juros curtos americanos. Os gestores também não apostavam que o Banco Central reduziria a Selic, na contramão de boa parte do mercado, uma vez que as moedas emergentes estavam derretendo e outros países emergentes já subiam seus juros. “Acertamos esse movimento. Fomos com opções e tomados no juro para janeiro de 2020 e passamos um tempo comprado em dólares”, explica Tovar.

Az Quest: O fundo usa operações que de long&short. “As posições que mais deram certo em maio foram algumas posições compradas em empresas que costumamos de chamar de ‘ciclos globais’, algumas mais ligadas a dólar, commodities e siderurgia”, conta Alexandre Silverio, CIO da AZ Quest. Na ponta vendida, a carteira do fundo tinha ações de bancos, educação e telecomunicações. “Em maio mantivemos uma postura mais cautelosa”, diz.

Absolute Investimentos: Em maio, após carregar posições relevantes aplicadas no prefixado de curto prazo, o fundo passou a ter posições tomadas na taxa prefixada devido à depreciação do real frente ao dólar. “Ao mesmo tempo, tínhamos posições compradas em dólar contra o real e posições tomadas no cupom cambial. De forma bem resumida, foi com essas três posições que ganhamos”, explica Tiago Sant’Anna, sócio da Absolute Investimentos.

Safari Capital: A gestora tinha baixa exposição ao mercado, opções de venda da Petrobras, posições compradas em Suzano (SUZB3) e em Dufry (DAGB33) . 

RPS Capital: Todas as estratégias do fundo são em renda variável. “A ideia é olhar o que está acontecendo com as variáveis macroeconômicas e implantar em ações”, conta Luiz Carlos Aires, responsável pelo relacionamento com investidores da RPS. 

No início do ano o fundo tinha perspectiva positiva para o Brasil e mantinha uma carteira cíclica com demanda local na Bolsa, o que incluía até ações da Gol. No entanto, a mão virou nos últimos três meses, com inversão de cenário doméstico, revisão do PIB para baixo, valorização do dólar e petróleo em alto. Foi aí que o fundo passou a ficar vendido em Brasil.

“Ficamos short em EWZ e comprado em S&P, que foi um hedge na posição short de Brasil”, explica Aires. O fundo ainda ficou vendido em Ultrapar, Eletrobras, Bradesco e Ambev. “O Brasil é um país de cobertor curto, quando um setor vai bem, outro vai mal para poder pagar conta”, acrescenta.

SulAmerica Investimentos: A posição estrutural do fundo era comprado em dólar e vendido em Euro e em Yen. “No mês passado mantivemos a mesma visão estrutural de dólar forte se comparado ao Euro e iene japonês, o diferencial de juros e a surpresa econômica suportam essa visão. Vale notar o risco politico na zona do Euro e risco elevado de alguns bancos. No mês passado operamos também libra esterlina, dólar australiano e canadense”, informou Marcelo Mello, vice-presidente da SulAmerica Investimentos.

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