Como turbinar seus ganhos mesmo com a queda dos juros?

SÃO PAULO – A queda da taxa básica de juros, a Selic, tem um impacto imediato no bolso do brasileiro. Se pelo lado do consumo e do crédito a diminuição da taxa é boa, o investidor que aplica seu dinheiro sente os efeitos pelo lado negativo – afinal, a remuneração que ele recebe nos títulos de renda fixa fica mais baixa.

Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu cortar a Selic em 1 ponto percentual para 9,25% ao ano, a menor taxa desde 2013. Para quem não se lembra, a Selic ficou na casa dos dois dígitos por três anos e meio e durante mais de um ano se manteve em 14,25% a. a. Fazendo uma conta bem simples, era fácil ganhar 1% ao mês, já líquidos de Imposto de Renda com aplicações de baixíssimo risco, como o Tesouro Selic ou o CDB (Certificado de Depósito Bancário).

Agora não é mais. Com a taxa em um dígito, o investidor que quiser um ganho mais polpudo vai precisar buscar alternativas fora da renda fixa. E segundo especialistas, uma das melhores opções neste momento são os COE (Certificado de Operações Estruturadas). “Não apenas por uma remuneração menor dos juros nominais, mas também pela complexidade e incerteza do cenário atual, o COE pode ser uma excelente pedida”, diz Felipe Medeiros, economista e fundador do site Mais Retorno, em seu blog no InfoMoney.

O COE é um tipo de investimento que permite ao pequeno investidor lucrar em cenários em que dificilmente ele obteria ganhos sem correr grandes riscos. Sua rentabilidade geralmente é atrelada a índices como o Ibovespa, a variação cambial de moedas como o dólar e até mesmo a mercados como commodities, índices de bolsas estrangeiras ou ações de empresas de outros países.

No COE, tanto as perdas quanto os ganhos do investimento costumam ser limitados. Dessa forma, quem aplica hoje já tem noção de quanto dinheiro terá ao final do investimento. Apesar de, na teoria, os COEs poderem ser estruturados de forma que o investidor possa perder parte do capital investido, na prática a grande maioria dos títulos emitidos é de capital protegido. “Isso significa que, no pior cenário, o investidor recebe de volta 100% do capital investido. Nesta hipótese de capital protegido, o risco do produto se restringe ao risco de oportunidade, ou seja, a não remuneração do capital pelo CDI ou outra taxa que poderia ter sido contratada na renda fixa”, explica a assessora de investimentos Fernanda Zucatelli, da Cash Invest.

 
Para quem é indicado
O COE com capital protegido é indicado para investidores com perfil de risco a partir de “moderado”, que querem exposição a algum indexador de renda variável sem risco de perda do principal investido.

Já o COE que não possui capital protegido é mais arriscado e portanto é recomendado para investidores com perfil moderado/agressivo ou agressivo. Como o risco é maior, este produto também deve oferecer uma possibilidade de retorno mais elevado. “É preciso analisar se o seu perfil de risco se enquadra para tal produto”, lembra Fernanda .

Como investir

* Para investir em COE é preciso ter conta em algum banco que emita o certificado ou em uma corretora que distribua este produto.