Bancos tradicionais farão transição para o digital no Brasil, diz Moody’s

Muitas dessas startups são exclusivamente focadas em pagamentos ou em gestão de ativos, e apenas 2% delas oferecem serviços múltiplos

Weruska Goeking

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 SÃO PAULO – As fintechs estão liderando a inovação no segmento de banco digital no Brasil, mas são os bancos tradicionais que determinarão o escopo das mudanças no setor, segundo a Moody’s Investors Service.

 O número de startups e fintechs no Brasil cresceu nos últimos anos, o que faz do país o maior mercado de tecnologia financeira da América Latina. No entanto, muitas dessas startups são exclusivamente focadas em pagamentos ou em gestão de ativos, e apenas 2% delas oferecem serviços múltiplos.

 Ao mesmo tempo, os principais bancos do país, liderados por Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Bradesco ampliaram os serviços de banco digital para aumentar a eficiência e atrair os clientes da geração millennial, um segmento crescente no mercado consumidor e que tem preferências distintas.

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 “A mudança estrutural na demanda e comportamento dos clientes está levando os bancos a focarem cada vez mais em canais de serviços alternativos”, afirma Ceres Lisboa, vice-presidente sênior da Moody´s.

 “Os bancos também têm interesse nas plataformas de banco digital porque enxergam oportunidades de redução de custos, uma vez que a economia brasileira segue fragilizada após uma prolongada recessão”.

 O crescimento da oferta de serviços digitais tem permitido aos bancos reduzirem gradualmente suas redes físicas. Nos últimos três anos, o Itaú fechou 10% de sua rede de agências, enquanto o Bradesco também planeja fechar agências após a aquisição das operações brasileiras do HSBC. “Até mesmo o Banco do Brasil, que como banco público tem algumas limitações relacionadas a aquisições e parcerias, fechou agências nos últimos dois anos à medida que amplia seus serviços digitais por meio de desenvolvimentos internos”, destaca a Moody’s.

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 Com o fechamento de agências, os bancos cortam pessoal, manutenção, materiais, transportes e gastos com segurança, o que responde por cerca de dois terços do total de despesas administrativas no sistema bancário.

Esta economia com despesas ajuda os bancos a financiar os significativos investimentos em tecnologia da informação necessários para o desenvolvimento e lançamento das estratégias digitais. A Moody’s estima que esses investimentos devem chegar a aproximadamente até R$ 5 bilhões por ano.