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SÃO PAULO – Impostos correspondem a 22,8% do custo pago pelo brasileiro com crédito, mostrou o Relatório de Economia Bancária divulgado nesta terça-feira (12) pelo Banco Central. O maior pedaço da pizza fica por conta da inadimplência (38,27%), seguida de despesas administrativas (25,55%), tributos (22,13%) e, finalmente, o lucro dos bancos (14,04%).
Em 2016, a parcela dos bancos era ainda maior. Naquele ano o lucro respondeu por 14,41% do custo do crédito para o tomador, a inadimplência por 38,57%, as despesas administrativas, 24,23%, e os tributos, 22,79%.
De acordo com o relatório, a ampliação da concorrência pode tornar os empréstimos mais baratos por meio da redução dos lucros. Segundo o BC, ainda que o lucro tenha menor peso nos custos para o tomador de crédito, ampliar a concorrência é uma “prioridade”.
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“A instituição [BC] vem tomando medidas para aumentar a disponibilidade de informações às instituições financeiras, adaptar a regulação de acordo com o porte da instituição financeira, fomentar a portabilidade de empréstimos, facilitar o acesso ou mudança de instituição financeira pelos clientes e incentivar inovações financeiras”, diz o BC.
A instituição explica, ainda, que maior concorrência entre os bancos não requer necessariamente menor nível de concentração bancária (poucos bancos atuando no mercado). “O Banco Central monitora a concentração do Sistema Financeiro Nacional e está atento aos riscos para o sistema e aos possíveis efeitos sobre o spread [diferença entre taxa de captação do dinheiro pelos bancos e a taxa cobrada dos clientes] bancário e outros preços. Entretanto, a relação entre concentração e spreads não é tão direta quanto o senso comum pode sugerir”, pondera. A instituição diz que outros fatores estruturais são importantes para se explicar o custo do crédito: despesas administrativas, impostos, margem financeira (lucro) e inadimplência.
De acordo com o relatório, em 2016, o Brasil estava no grupo de países com os sistemas bancários mais concentrados, o que inclui Austrália, Canadá, França, Holanda e Suécia.
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Para o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Viana, o custo do crédito no país precisa cair mais. Segundo ele, o “esforço” do Banco Central é para que essa redução seja feita de maneira “estrutural e sustentável”.
“Não só queremos como estamos trabalhando para que as taxas de juros caiam mais rapidamente”, disse. Viana destacou que o peso da inadimplência é elevado e para mudar isso é preciso melhorar as garantias dos empréstimos e investir em educação financeira.
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