Desemprego e atraso no cartão são principais causas de inadimplência em SP

A maior parte dos consumidores na lista de inadimplentes têm contas abertas entre R$ 500,01 e R$ 2000,00, com 38%

Estadão Conteúdo

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O desemprego é a principal causa do atraso de contas dos consumidores paulistanos e a maior parte deles tem apenas uma conta atrasada, com valor entre R$ 500 e R$ 2000. Uma pesquisa da Boa Vista SCPC aponta ainda que o atraso no pagamento do cartão de crédito foi o que mais levou moradores da cidade de São Paulo a engrossar a lista de inadimplentes. O levantamento revela também que cresceu o nível de endividamento e o comprometimento da renda dos consumidores e, por outro lado, despencou o otimismo dos paulistanos quanto à própria situação financeira, tanto a atual quanto sobre o futuro. O dado positivo encontrado é o fato de três em cada quatro entrevistados acreditarem que terão condições de quitar seus débitos atrasados.

A pesquisa da Boa Vista mostra que, além do desemprego (35%), o descontrole financeiro (29%) e o fato de ter sido fiador ou emprestado o nome a outra pessoa (13%) também aparecem no topo da lista de motivos que levaram à inadimplência. Quanto ao tipo de dívida que levou à negativação, o cartão de crédito (30%) é seguido pelo não pagamento de carnês e boletos (28%), cheques sem fundos (15%), empréstimo pessoal (12%), cartão de lojas (9%) e pelo cheque especial (6%). Na análise dos dados pelo tipo de gasto, a compra de móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos encabeça a lista com 24% das menções, seguido pelos gastos com alimentação, com 18%, e pelas compras de roupas e calçados, com 17%.

Entre o terceiro trimestre de 2014 e o mesmo período de 2015, caiu de 46% para 44% a proporção dos que foram para a lista de inadimplentes pelo atraso de apenas uma conta. Por outro lado, avançou de 18% para 22% os que atrasaram o pagamento de quatro ou mais contas. A maior parte dos consumidores na lista de inadimplentes têm contas abertas entre R$ 500,01 e R$ 2000,00, com 38%. Em seguida, com 29%, estão aqueles com contas de até R$ 500,00. Já 19% têm dívidas maiores que R$ 5.000,00.

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Segundo a Boa Vista, no período, aumentou de 19% para 22% a proporção de consumidores com mais da metade da renda familiar mensal comprometida com o pagamento de dívidas. Cresceu também de 33% para 38% aqueles com comprometimento da renda com dívidas entre 25% e 50%.

A percepção dos 1.006 entrevistados sobre a própria situação financeira piorou entre julho e setembro do ano passado e o mesmo período deste ano. Passou de 24% para 28% a proporção daqueles que se dizem muito endividados. No mesmo sentido, despencou de 41% para 20% a parcela dos inadimplentes que julgam que têm hoje uma situação financeira melhor que no ano passado. Já aqueles que acham que vão melhorar de situação nos próximos 12 meses passaram para 70%, de 93% no terceiro trimestre do ano passado.

Um dado positivo revelado pelo levantamento da Boa Vista é que 77% dos inadimplentes entrevistados acreditam que conseguirão pagar todas as suas dívidas em atraso: 33% pretendem quitar os débitos à vista e 67% de forma parcelada. Uma vez regularizada a situação, apenas 15% dos consumidores que têm atualmente contas atrasadas pretendem fazer compras à prazo. No terceiro trimestre de 2014, esta parcela era de 27%. Dos que pensam em voltar a fazer compras de longo prazo, o carro zero aparece no topo da lista de preferências, com 42% das respostas no terceiro trimestre deste ano, ante 33% em igual período do ano passado.