Injeção de R$ 5 bilhões do FGTS atenua falta de crédito imobiliário

A linha de crédito pró-cotista é voltada a trabalhadores que tenham conta no FGTS há, no mínimo, três anos e oferece condições facilitadas: não prevê limite de renda e juros de 7,66% a 8,5% ao ano, mais Taxa Referencial (TR)

Estadão Conteúdo

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A decisão do conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de ampliar de R$ 800 milhões para R$ 5 bilhões os recursos destinados ao financiamento habitacional dentro do programa pró-cotista, com redução do teto do valor do imóvel financiado de R$ 750 mil para R$ 400 mil, foi bem recebida pelas entidades que representam construtoras e empresas do setor imobiliário porque atenua a escassez de recursos para financiamentos.

A linha de crédito pró-cotista é voltada a trabalhadores que tenham conta no FGTS há, no mínimo, três anos e oferece condições facilitadas: não prevê limite de renda e juros de 7,66% a 8,5% ao ano, mais Taxa Referencial (TR). Apesar das facilidades, essa linha representava muito pouco no total do crédito imobiliário. No ano passado, os financiamentos imobiliários com recursos da poupança somaram quase R$ 113 bilhões e os da linha pró-cotista, R$ 800 milhões. Mas, diante da retração da poupança como financiadora da habitação, essa linha ajuda a atenuar a escassez de crédito. No primeiro quadrimestre deste ano, as cifras da caderneta de poupança destinadas à construção e à compra de imóveis recuaram 3,2% em comparação com o mesmo período de 2014, segundo dados da Abecip.

“Essa decisão de injetar mais recursos nessa linha de crédito deve impulsionar as vendas de novos projetos que tinham sido paralisadas porque a poupança secou”, diz Ronaldo Cury, vice-presidente de habitação popular do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP).

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Para Flávio Amary, presidente em exercício do Secovi-SP, a medida é positiva, embora não seja suficiente para solucionar a queda no volume de vendas e de lançamentos por causa da escassez de crédito imobiliário.

Cury conta que a proposta de injetar recursos na linha de crédito pró-cotista partiu das entidades do setor imobiliário e foi acatada pelo FGTS. Outro pleito do setor para ampliar recursos destinados a financiamentos é reduzir de 30% para 25% os depósitos compulsórios que os bancos têm de fazer nas contas de poupança. “A redução do compulsório da poupança liberaria entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões para crédito imobiliário”, calcula Cury.

Valor
A redução do teto do valor do imóvel financiado de R$ 750 mil para R$ 400 mil na linha pró-cotista beneficia a venda dos mais populares. São moradias de dois e três dormitórios, dependendo da cidade onde estão localizadas. Depois do segmento de baixa renda, contemplado pelo programa Minha Casa Minha Vida, essa é a fatia de mercado onde há o maior déficit habitacional. “Para São Paulo, no entanto, esse efeito será mais limitado”, diz Amary. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.