Crédito para consumidor cresceu em linhas mais caras, avalia economista

Esse fato se deve à maior dificuldade imposta pelas instituições financeiras em conceder crédito em outras linhas dado o aumento do risco de inadimplência

Estadão Conteúdo

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As concessões de crédito para pessoas físicas registraram um desempenho positivo graças às linhas mais caras e de acesso pré-aprovado, como cheque especial e cartão de crédito. A avaliação é do economista da gestora Quantitas, Gustav Gorski.

“Sobre as concessões para pessoa física, o destaque positivo foi para o cartão de crédito e o cheque especial. Essas duas linhas seguraram o desempenho do crédito para o consumidor”, disse Gorski.

Esse fato se deve à maior dificuldade imposta pelas instituições financeiras em conceder crédito em outras linhas dado o aumento do risco de inadimplência. Com economia contraindo e desemprego subindo, Gorski argumenta que o risco de emprestar aumenta. Consequentemente, os bancos tornam mais rigorosos requisitos e as condições para empréstimos, assim como as taxas cobradas.

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O aumento dos juros nas mais diferentes linhas de crédito reflete também, segundo Gorski, o atual ciclo de aperto monetário. A Selic em alta provoca naturalmente o encarecimento das taxas para pessoa física e jurídica.

Gorski afirmou ainda que a inadimplência aparenta estar bem comportada mesmo no atual cenário econômico ruim. Ele pondera que não dá para saber com certeza se o baixo nível dos calotes deve-se a renegociações de devedores com as instituições financeiras ou se a inadimplência está de fato baixa. “Essa é uma incerteza (que o relatório do BC não elucida)”, diz.

Questionado se a pessoa física tende a aumentar a inadimplência por estar se endividando em linhas mais caras e, notoriamente, insustentáveis no longo prazo, Gorski afirma que é difícil de prever. “Talvez a inadimplência não suba pelo simples fato de que as pessoas não vão tomar mais crédito para consumir”, diz Gorski.