Julgamento no STF promete causar nova crise no PT e pode mudar estratégia para eleição

Presidente do PT, Gleisi Hoffmann será julgada hoje a partir das 14h pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Nesta terça-feira, a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) julga hoje (19), a partir das 14h, ação penal proposta pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra a senadora e presidente do PT Gleisi Hoffmann (PR) e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo.

No processo, os cinco ministros do colegiado vão decidir se condenam ou absolvem os acusados dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, na Operação Lava Jato.

De acordo com a denúncia, Gleisi teria recebido R$ 1 milhão para sua campanha ao Senado em 2010. O valor teria sido negociado por intermédio de Paulo Bernardo e do empresário Ernesto Kluger Rodrigues, que também é réu. 

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No entendimento da PGR, o valor da suposta propina paga a Gleisi é oriundo de recursos desviados de contratos da Petrobras, conforme citações feitas pelo doleiro Alberto Youssef, um dos delatores das investigações.
 

Segunda Turma é composta pelos ministros Edson Fachin, relator da ação, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli.

A ação penal de Gleisi será a segunda a ser julgada pelo Supremo: o primeiro réu da Lava-Jato julgado pelo STF foi o deputado Nelson Meurer (PP-PR), condenado pela Segunda Turma.

O julgamento de hoje, aliás, promete ser mais uma dor de cabeça para o PT, como ressalta o jornal O Globo. De acordo com um dirigente do PT ouvido pela publicação, uma eventual condenação de Gleisi representará mais “um desgaste” e uma crise para a legenda, podendo inclusive mudar a estratégia do partido nas eleições. O papel que ela exercerá na campanha presidencial também pode ser influenciado pelo julgamento: a senadora chegou a ser citada como uma possibilidade de vice da chapa, caso o PT realmente não feche nenhuma aliança.

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Caso seja condenada, a senadora também pode ficar fora da eleição deste ano. Enquanto está desgastada entre o eleitorado do Paraná, berço da Lava-Jato, aela desistiu de tentar a reeleição para o Senado e pretendia concorrer a deputada federal, se a necessidade de se apresentar como vice da chapa presidencial não se concretizasse. Mas ainda há divergência entre especialistas se, caso for condenada, isso já seria suficiente para enquadrá-la na Lei da Ficha Limpa.

Ao jornal,  Karina Kufa, professora da área eleitoral do Instituto de Direito Público de São Paulo, disse que não haveria necessidade de esperar recursos para que a senadora seja considerada inelegível. Já o promotor eleitoral Thales Tácito Cerqueira, do Ministério Público de Minas Gerais, afirmou à publicação ser necessário esperar, pelo menos, o julgamento dos primeiros embargos.

Defesa

Em documento encaminhado ao Supremo durante a fase de defesa, os advogados do casal afirmaram que as acusações são “meras conjecturas feitas às pressas”, em função de acordos de delação premiada.

“A requerida [senadora] jamais praticou qualquer ato que pudesse ser caracterizado como ilícito, especialmente no bojo do pleito eleitoral ao Senado no ano de 2010, na medida em que todas as suas contas de campanha foram declaradas e integralmente aprovadas pela Justiça Eleitoral”, afirmou a defesa, na ocasião.

Após tomar ciência da liberação do processo para julgamento, a defesa da senadora disse que recebeu a notícia com naturalidade e confia que será absolvida.

(Com Agência Brasil) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.