Aceno de Bolsonaro ao mercado começa a dar resultado – mas desconfiança ainda é alta

Porcentagem de investidores institucionais que acreditam que bolsa irá cair caso deputado for eleito diminuiu, mas segue alta, aponta pesquisa da XP

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O mês de novembro foi marcado por um forte aceno do presidenciável Jair Bolsonaro ao mercado. Associado a ideias nacionalistas e ainda enigmático sobre a economia, o deputado federal deu entrevistas em que se mostrou a importância de fazer reformas, além de defender privatizações (fazendo algumas ponderações, como no caso do investimento chinês). 

As sinalizações que Bolsonaro têm feito ao mercado dá sinais de que começa a dar resultados, conforme aponta pesquisa da XP Investimentos com 211 investidores institucionais divulgada nesta sexta-feira (24). Contudo, a desconfiança do mercado ainda é alta. 

Black Friday InfoMoney: sua única chance de comprar nossos cursos com 50% de desconto

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O levantamento, realizado entre os dias 21 e 23 de novembro, mostra que os investidores seguem apontando um desfecho negativo para bolsa, mas com uma queda dos que apontam esse cenário em relação ao levantamento anterior, de agosto.

Naquele mês, 88% indicavam que o Ibovespa recuaria do patamar atual e, agora, esse número corresponde a 73% dos respondentes. Cerca de 30% acreditam que o Ibovespa recuaria para baixo de 60 mil pontos – ou uma queda de ao menos 23% no índice. 12% veem a bolsa abaixo dos 55 mil pontos. 

Para o câmbio, 77% indicaram que a moeda brasileira se desvalorizaria na comparação ao patamar atual de R$ 3,30, ante 89% na pesquisa de agosto (que viam uma queda da divisa ante o patamar daquele mês). Já 9% indicam que a divisa brasileira se valorizaria.

Continua depois da publicidade

Vale destacar ainda que a perspectiva de que o deputado possa ser eleito aumentou na visão dos investidores institucionais. Quando perguntados sobre quem será o vencedor da eleição de 2018 (e não em quem “votará”, para identificar o cenário que julga ser o mais provável), 3% apontavam Bolsonaro como o novo presidente em agosto. Agora, são 17% que veem o deputado como o novo ocupante do Palácio do Planalto. Contudo, a maior aposta (de 46%) é de que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, seja eleito presidente, com impacto positivo para o mercado. 

Confira as projeções com Bolsonaro presidente:

 Bolsonaro é visto com ressalvas pelo mercado, mas o cenário visto como mais negativo é o de Lula eleito no ano que vem.  95% dos entrevistados indicam que o Ibovespa recuaria do patamar atual caso ele fosse novamente presidente.

“Chama a atenção o fato que 48% apontam uma queda para abaixo de 55 mil pontos, o que representaria cerca de 34% de queda do Ibovespa (considerando o patamar atual de 74 mil pontos)”, apontam os analistas da XP, Celson Plácido e Gustavo Cruz. Para mais de 90% o Ibovespa recuaria para baixo de 60 mil pontos, ou seja, investidores enxergam ao menos uma queda de 23% no índice. Apenas 2%  acreditam em uma alta do índice com Lula vencendo.

Já no cenário para dólar, 98% indicaram que o real cairia na comparação com o atual patamar de R$ 3,23. 36% acreditam que o dólar iria para R$ 4,10 – para 57% dos respondentes a moeda se desvalorizaria ao menos 20%. 

Confira as projeções com Lula presidente: 

 

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.