Em vídeo, João Doria pede a privatização da Petrobras e dispara: “serei uma voz contra o PT”

Em evento realizado pelo Globo em parceria com a Confederação Nacional do Comércio, o tucano destoou do perfil cauteloso de correligionários e defendeu abertamente iniciativas privatizantes mais agressivas

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A negação do rótulo de político e o forte apoio a agendas de enxugamento do Estado brasileiro têm sido marcas características da imagem que o prefeito de São Paulo João Doria tenta construir na gestão pública. Em evento realizado pelo Globo em parceria com a Confederação Nacional do Comércio, o tucano destoou do perfil mais cauteloso de correligionários e defendeu abertamente iniciativas privatizantes mais agressivas. Para ele, não há espaço para o país ter duas instituições como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal ao mesmo tempo, assim como a Petrobras deveria dar espaço à iniciativa privada.

“Eu defendo um Estado menor, um Estado eficiente. Não tenho o menor temor em fazer essa defesa. Estado eficiente é aquele onde ele deve atuar prioritariamente onde é necessário: saúde, educação, habitação, transporte e segurança pública. No restante, se tiver o setor privado para fazer, fará melhor, com mais eficiência, com mais transparência, com menos corrupção, com melhor resultado e menos dinheiro público”, afirmou o prefeito no evento, conforme pode ser observado em vídeo. Na avaliação do tucano, seu próprio partido “não gosta de tratar” da questão das privatizações e o faz “com certo medo”.

“Banco do Brasil e Caixa, não vejo necessidade de duas instituições, elas competem entre si. Competem até razoavelmente bem, mas não há necessidade. Há um custo enorme para o Estado ter duas instituições financeiras. Faça uma competente, eficiente, e sigam modelos em outros países onde você não tem banco estatal. E eu acho que a Petrobras também é um caminho de gradualização para que ela gradualmente possa ser privatizada. Tempos em tempos que diminua a presença do Estado e aumente a presença privada no controle da Petrobras. Isso fará bem à Petrobras, não vai gerar desemprego, falta de oportunidades. Ao contrário: boa gestão gera mais empregos, mais oportunidades e mais benefícios”, defendeu Doria.

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Embora continue se apresentando como gestor ou administrador no lugar do rótulo de político, o tucano adotou discurso de enfrentamento ao PT e tem buscado se posicionar como um dos principais adversários do partido neste momento, o que pode ser uma estratégia para atrair o antipetismo. Eu estou na política, eu não sou política”, reiterou. “Nesse campo, serei uma voz contra o PT. Por isso que os petistas me amam de paixão, porque sou uma voz contrária. O PT quase destruiu o Brasil nesses 13 anos: ensinou a roubar, fez manual de como roubar, como mentir, como usurpar, como enganar, provocou a pior recessão econômica da história do país”, complementou. Em tom moralizador, Doria se colocou como “uma voz contra Lula, Dilma, contra os corruptos, aqueles que são da sem-vergonhice, em qualquer partido”.

Respondendo a perguntas, o prefeito disse que “em hipótese nenhuma” disputará a reeleição. Não só não vou disputar como sou radicalmente contra. A reeleição é ruim. A prova concreta no Brasil foi ruim, e foi nosso partido que endossou isso no governo Fernando Henrique”, disse. Doria também descartou qualquer possibilidade de disputar cargo no Legislativo, o que gerou a interpretação de que o sinal está aberto para eleições ao Executivo no futuro e arrancou risos do tucano.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.