Ao contrário do que diz, Moro dificilmente está com os “dias contados” na Lava Jato

Segundo aponta o jornal O Estado de S. Paulo do último final de semana, o volume de ações dificulta a meta de Moro

Lara Rizério

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SÃO PAULO – No início de maio, uma notícia surpreendeu os que acompanham a Operação Lava Jato. Fontes ouvidas pela Bloomberg afirmaram que o juiz responsável pela Operação, Sérgio Moro, esperava que grande parte de seu trabalho fosse concluído até o final de 2016, após mais de dois anos de investigação. 

Durante palestra no último dia 14 de julho no Brazil Institute do Wilson Center, em Washington, nos Estados Unidos, Moro tornou pública essa intenção, ao dizer: “Minha parte pode ser (encerrada) no fim ano, mas não posso dizer com certeza”, afirmou. Terminar até dezembro a parte da primeira instância é uma expectativa ou um desejo”, disse Moro a um interlocutor, com reserva de que ele mesmo admitia ser esta uma meta “imprevisível”. 

E, segundo aponta o jornal O Estado de S. Paulo do último final de semana, o volume de ações dificulta a meta de Moro, uma vez que ele teria que triplicar o ritmo de trabalho imposto até agora – que já é considerado célere no meio jurídico. Ele teria que decidir sobre 16 ações penais que estão atualmente em curso num prazo de aproximadamente cinco meses, uma vez que o ano do Judiciário se encerra em 19 de dezembro.

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Investidores ouvidos pelo jornal destacam que a meta desejada por Moro é possível, uma vez que o volume de ações se refere a investigações já em andamento. Porém, não há como saber se o Ministério Público oferecerá novas denúncias. Além disso, um dos motivos que podem prorrogar os trabalhos é o fato de a Procuradoria do Paraná ainda estar negociando acordos de colaboração premiada: ao menos dois deles são considerados de potencial “explosivo” por causa do conteúdo que pode ser revelado. Assim, a expectativa é de que o MP imprima o ritmo das negociações. 


Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.