Crise de identidade na comunicação

Vamos ver quanto tempo levará para as universidades entenderem que a necessidade agora é por Comunicadores e não mais profissões isoladas, incompletas e frágeis.

Equipe InfoMoney

Publicidade

Renato Acciarto é jornalista e especialista em Comunicação Empresarial

Se você fosse abrir hoje uma agência de comunicação, qual seria sua especialidade? Como a apresentaria ao mercado?

Assessoria de Imprensa? Não dá mais para focar só nisso. Apesar de ainda ter extrema importância na formação de imagem de uma empresa, a Imprensa hoje é apenas uma parte do universo de formadores de opinião.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Relações Públicas? Essa parte é curiosa. O termo RP no Brasil sempre foi subjugado. A importância que a profissão tem internacionalmente nunca teve um contorno tão claro por aqui. Mas agora, com a necessidade de relacionamento com os influenciadores digitais, para que haja um termo “mais abrangente”, tiraram da cartola a expressão (e não a profissão) Relações Públicas.

Agência de Comunicação Empresarial? O que é isso? Não corre-se o risco de ser uma agência de marketing? É provável.

E por falar em Marketing… algumas agências de comunicação, pelas interações com os influenciadores digitais, alguns deles que cobram por seus posts, e devido ao também o Branded Content (conteúdo pago que tenta ter a aparência menos comercial e mais editorial possível na Imprensa e nas redes sociais, com a pretensão de ser absorvida como matéria jornalística pelos leitores mais desavisados), estão migrando aos poucos para brigar por um pedaço das verbas publicitárias das empresas.

Continua depois da publicidade

Tudo isso para dizer que já não há mais aquela fórmula de antes  que possa continuar no mundo da comunicação de hoje.

Denominações mas principalmente o leque de ações deva ser revisto.

Desafio agora fica para a empresa que quer selecionar uma agência.

Se você encontrar uma que lhe prometa tudo com tamanha desenvoltura, desconfie.

Entender de imprensa, de influenciadores digitais, de marketing digital, deBranded Content, não é tarefa simples. Até porque, no tocante aos influenciadores digitais há uma grande dose de descoberta empírica já que não há manual e nem fórmula pronta para lidar com esses novos formadores de opinião. Há de se começar relacionamento e entender necessidades, a correta abordagem, o que funciona e o que não, quais são pagos e quais aceitam também conteúdo meramente editorial, etc.

No universo da comunicação em transformação, a parceria entre cliente e agência precisa ser umbilical. É preciso aceitar erros, é preciso estar aberto a ideias e não apenas a Power Point, é preciso de mais informalidade e menos ordens baseadas em crachá, até porque ainda não existem “papas” do assunto.

Com as redes sociais e a proliferação de formadores de opinião, as empresas têm que ser mais abertas, deixar de lado a ideia de heroísmo e colocar os pés no chão, até porque quase todas também erram.

Com esse novo panorama, a Comunicação gera muitas oportunidades no campo da academia para formar esse novo profissional, plural.

É tão bizarro pensar que hoje o profissional tem que se formar em Jornalismo, Relações Públicas, Marketing e Rádio e TV, quando na verdade ele precisa de tudo isso para comunicar atualmente.

Quem precisa de atualizar e olhar o futuro pode estar ainda vendo “o trem passar” sem atuar na evolução da Comunicação.

Vamos ver quanto tempo levará para as universidades entenderem que a necessidade agora é por Comunicadores e não mais profissões isoladas, incompletas e frágeis.

Não esqueçamos que as crises sempre são terreno fértil para mudanças. Vamos a semeadura!