Um fator pode fazer o dólar subir ainda mais no curto prazo – e não é a eleição

Cenário externo segue puxando a cotação de moeda, que já encosta nos R$ 3,60 nesta quarta-feira

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Se por um lado as bolsas seguem voláteis, com cenário externo agitado e temores políticos cada vez maiores no Brasil, o que se tem visto no dólar é quase um movimento constante de alta. Depois de saltar 6% em abril e superar os R$ 3,50, nestes primeiros dez dias de maio a moeda norte-americana já chegou nos R$ 3,60, e analistas têm mostrado que o investidor pode espera mais altas pela frente.

Especialistas têm comentado que a maior parte desta alta do dólar tem ocorrido por motivos externos e que as eleições ainda não estão completamente no preço da moeda norte-americana quando comparada ao real (confira a análise completa clicando aqui). E seguindo nesta linha, um fator pode ser determinante para fazer a divisa seguir em alta no curto prazo, mesmo ainda sem o impacto do cenário doméstico.

Em relatório, José Faria Júnior, diretor de câmbio da Wagner Investimentos, destaca que a tendência do real é idêntica a do dólar australiano, o que mostra que há mais chances da moeda brasileira seguir fraca por um longo período.

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Mas o que chama atenção é que o dollar index, que mede o comportamento da divisa americana frente a uma cesta de dez moedas, está em sua linha de reversão e, caso a tendência de longo prazo seja revertida, o dólar ficará ainda mais sólido, segundo o analista. “Por enquanto, o BC segue com um tímido programa de intervenção. Como podemos notar, a alta do dólar pode não ter acabado. Assim, a eventual reversão do dollar index colocaria mais pressão por aqui”, explica Faria.

Apesar desta avaliação, o diretor da Wagner ressalta que ainda existe a possibilidade do dólar voltar a ser negociado mais próximo de R$ 3,50. Nesta quarta-feira (9), o dollar index opera praticamente estável, com leve recuo de 0,02%, após as fortes altas recentes. Por aqui, o dólar comercial segue em forte valorização, cotado a R$ 3,5978 na venda às 12h15 (horário de Brasília), com ganhos de 0,81%.

Em sua análise, Faria ainda comenta que os gráficos dos juros futuros de 2020 a 2027 reverteram nos últimos dias e agora mostram tendência de alta. “Esta alta ocorre em parte devido a sinalização de queda na Selic na próxima semana em meio ao dólar muito forte, em parte devido a alta dos juros das Treasuries, e em parte com risco político”, explica. No caso do Ibovespa, o analista vê a tendência de alta de médio prazo muito prejudicada, podendo levar o mercado a entrar em tendência de baixa.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.