Moedas da Polônia e República Checa lideram ganhos em 2017

A expansão da economia elevou a inflação na Polônia e na República Checa para o maior nível desde 2012, abrindo caminho para altas de juros

Bloomberg

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(Bloomberg) — Em um ano no qual os investidores apostaram em ativos nada convencionais como eurobônus emitidos pelo Tajiquistão e a moeda digital bitcoin, muitos folgam em saber que as duas moedas de melhor desempenho são conhecidas pelo tédio.

A coroa da República Checa e o zloty polonês estão entre as moedas menos voláteis do planeta, mas foram as que mais se valorizaram em relação ao euro e ao dólar em 2017. Crescimento robusto e perspectiva de aperto monetário sugerem ganhos adicionais em 2018, na visão de JPMorgan Chase, Morgan Stanley e NatWest Markets.

O partido dominante na Polônia trocou a primeira-ministra antes do previsto e o banco central checo eliminou o teto cambial, mas mesmo assim “a sensação é que pouca coisa aconteceu em 2017 na Europa Central e no Leste Europeu”, disse Gabor Ambrus, estrategista da NatWest, em Londres. “Espero que esse desempenho firme, mas entediante, continue em 2018.”

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A participação na União Europeia ajuda os países que faziam parte do bloco comunista a se emparelhar economicamente com os vizinhos mais ricos do Ocidente, além de evitar os abalos geopolíticos que se manifestaram em países em desenvolvimento maiores — como Turquia, África do Sul e Rússia — neste ano. A expansão da economia elevou a inflação na Polônia e na República Checa para o maior nível desde 2012, abrindo caminho para altas de juros.

Troca de comando

O desempenho superior da coroa checa e do zloty foi embalado pela valorização de 12 por cento do euro em relação ao dólar neste ano. Em relação à moeda comum, essas moedas deram retorno de 5,7 por cento e 4,8 por cento, respectivamente — os maiores ganhos entre 31 moedas pares ao redor do mundo.

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Na Polônia, a decisão, na quinta-feira, de substituir a primeira-ministra Beata Szydlo no meio do mandato de quatro anos “não desencadeou qualquer reação” no zloty, segundo nota escrita por um grupo de analistas do mBank, liderado por Ernest Pytlarczyk. “Uma mudança no comando do governo deve ter impacto bem neutro sobre o zloty”, afirmaram.

O banco central checo foi o primeiro na Europa a começar a subir os custos de captação após anos de juros nos menores níveis históricos. A expectativa é que a instituição eleve os juros três vezes em 2018. Na Polônia, a valorização do zloty ajuda as autoridades a aguardar a evolução da economia sem tomar decisões monetárias, ao reduzir o impacto inflacionário dos produtos importados. Porém, a previsão é que os juros subirão pela primeira vez em cinco anos em algum momento do próximo ano.

A história não se repete em outros países da região. O leu, da Romênia, caiu 2,1 por cento neste ano, diante de temores de que o banco central não agirá para segurar a taxa de expansão econômica mais acelerada da Europa, embora a inflação esteja no maior patamar em quatro anos. James Lord, estrategista do Morgan Stanley em Londres, recomenda venda da moeda da Hungria e compra da moeda da Polônia porque o forint será prejudicado pela postura persistentemente branda do banco central.

“À medida que as autoridades monetárias respondem ao aumento da inflação e ao fechamento do hiato do produto, esperamos apreciação cambial na maior parte da Europa Central e do Leste Europeu, com maior convicção na coroa e no zloty”, afirmou Jonny Goulden, estrategista do JPMorgan.

–Com a colaboração de Krystof Chamonikolas

Versão em português: Patricia Xavier em Sao Paulo, pbernardino1@bloomberg.net.

Repórteres da matéria original: Marton Eder em Budapeste, meder4@bloomberg.net, Adrian Krajewski em Varsóvia, akrajewski4@bloomberg.net.

Para entrar em contato com os editores responsáveis: Ven Ram, vram1@bloomberg.net, Dana El Baltaji, delbaltaji@bloomberg.net, Alex Nicholson

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