Dólar se aproxima dos R$ 3,20 e aciona sinal amarelo: perda dessa região pode acelerar ritmo de queda

Para diretor de câmbio da Wagner Investimentos, o clima de euforia do mercado é sustentado principalmente por 3 fatores: aprovação da reforma trabalhista; expectativa por aprovação - mesmo que desidratada - da reforma da Previdência; e condenação de Lula 

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em sessão de ressaca após euforia na véspera em meio à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a vitória de Michel Temer na aprovação da lei trabalhista, o dólar opera praticamente estável nesta quinta-feira (13). Ainda assim, a região onde encontra-se deve ser vista com cuidado. 

Isso porque oscilando entre ontem e hoje próximo a região dos R$ 3,225, os contratos futuros da moeda – negociados sob o ticker DOLQ17 (com vencimento em julho de 2017) – caminham para testar um importante suporte na casa dos R$ 3,20, que, se perdido, poderia acelerar o ritmo de queda, diz o economista José Faria Júnior, diretor de câmbio da Wagner Investimentos. Por isso, o sinal amarelo está ligado, complementa. 

Às 12h58 (horário de Brasília), os contratos futuros do dólar registravam leve alta de 0,11%, a R$ 3,225, após terem atingido a região dos R$ 3,213 na mínima do dia. O dólar comercial subia 0,15%, a R$ 3,2114 na compra e R$ 3,2124 na venda. Na mínima do dia, a moeda chegou a testar os R$ 3,2027.

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Segundo ele, para quem pensa em comprar dólar, esse pode ser um momento razoável para iniciar as operações, pensando no médio prazo. Ele acredita ser improvável, por enquanto, um retorno da moeda aos R$ 3,30 – patamar que figurava na semana passada.  

Neste momento, comenta, o mercado está em clima de euforia, com 3 questões centrais empurrando a moeda para baixo: 1) votação expressiva a favor da reforma trabalhista no Senado; 2) retomada da confiança pelo mercado por aprovação de reforma desidratada da Previdência (aposta em Rodrigo Maia); e 3) a condenação de Lula, que pode confirmar que o país ficará mais 4 anos sem PT, fato que viabilizaria candidatura de centro (embora ainda não tenha um nome).

Além das questões internas, ele aponta que o cenário internacional também contribui para a queda do dólar frente ao real, citando o discurso “dovish” (suave) da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, ontem; o Relatório de Emprego dos Estados Unidos não inflacionário (apesar do forte número de criação de vagas); a recuperação dos preços do petróleo e das commodities (lembrando que índice de commodities e o petróleo seguem em tendência de baixa de longo prazo); e a queda do Dollar Index e forte alta de moedas de commodities (como o dólar canadense e australiano) e de moedas de emergentes (como o peso mexicano).

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Ele aponta ainda que, enquanto as moedas de commodities estão próximas das máximas do ano, assim como os principais índices acionários americanos, citando o S&P 500, os ativos brasileiros estão relativamente atrasados, o que deixa uma oportunidade aos investidores estrangeiros. Segundo ele, o ETF brasileiro EWZ – que representa os papéis com maior peso no Ibovespa – está a 10% de sua máxima pré-delação de Joesley Batista, dono da JBS, que levou o mercado doméstico abaixo no dia 18 de maio. Enquanto isso, o próprio Ibovespa está a 5,4% do pregão “pré-circuit breaker”