BC pode voltar a diminuir estoque de swaps cambiais, diz Ilan

Falando em evento na noite desta segunda-feira em São Paulo, Ilan lembrou que o estoque de swaps já foi diminuído de 108 bilhões de dólares para o patamar atual de 22 bilhões de dólares

Reuters

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

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BRASÍLIA (Reuters) – O Banco Central pode voltar a reduzir o estoque de swaps cambiais se enxergar necessidade, destacou o presidente da autoridade, Ilan Goldfajn, reiterando dispor de instrumentos para evitar volatilidade excessiva no mercado de câmbio.

Falando em evento na noite desta segunda-feira em São Paulo, Ilan lembrou que o estoque de swaps já foi diminuído de 108 bilhões de dólares para o patamar atual de 22 bilhões de dólares.

“Esse montante menor traz mais conforto. O que não significa que não possamos voltar a diminuir o tamanho do estoque de swaps cambiais no futuro”, disse Ilan, conforme apontamentos publicados no site do BC.

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O BC não anunciou intervenção no mercado cambial neste mês ainda, o que tem levado os investidores a se questionarem se haverá rolagem, mesmo que parcial como a feita no mês passado, dos swaps tradicionais –equivalentes à venda futura de dólares — que vencem em abril, no valor acima de 9 bilhões de dólares. 

Falando sobre o cenário externo, Ilan disse haver incertezas sobre a política econômica do novo governo nos Estados Unidos. De outro lado, afirmou que em outras regiões, como a Europa, o estímulo global poderá produzir efeitos positivos no crescimento.

“Essa assimetria tende a fortalecer o dólar e colocar maior pressão nas taxas de juros americanas”, afirmou ele, acrescentando que juros mais elevados nos EUA tornarão as condições de financiamento menos favoráveis para as economias emergentes.

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Na semana passada, a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, indicou que a taxa de juros norte-americana deve subir já neste mês, em linha com o esperado pelo mercado.

Ilan também defendeu as reformas e ajustes econômicos no país para diminuição da taxa de juros estrutural. Em suas últimas comunicações, o BC vem destacando que a extensão do ciclo de flexibilização monetária levará em conta a trajetória vista para a taxa de juros estrutural, além da evolução da atividade econômica, dos fatores de risco e das projeções e expectativas de inflação.

“A continuidade nessa direção, em especial com a aprovação da reforma da Previdência, será decisiva para a sustentabilidade da desinflação e da queda da taxa de juros estrutural da economia”, disse Ilan.

No mês passado, o BC cortou a Selic em 0,75 ponto percentual pela segunda vez seguida, a 12,25 por cento ao ano, diante de melhorias vistas na inflação. Na última semana, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) deixou a porta aberta para cortes mais intensos em breve, em meio aos sinais de inflação perdendo força e atividade econômica ainda fraca.

Ilan ressaltou em vários momentos a importância da ancoragem das expectativas em torno da meta para a distensão monetária, e lembrou que as previsões de inflação do BC também têm caído “de forma relevante”.

“No momento, a taxa básica (Selic) está num processo de queda, em face das expectativas de inflação ancoradas em torno da meta, da inflação em queda, e do alto grau de ociosidade na economia”, disse.