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SÃO PAULO – Após chegar a cair quase 1% durante a tarde, chegando a valer R$ 3,1825, o dólar comercial zerou as perdas na última hora do pregão desta terça-feira (10) com os investidores divididos entre a expectativa de ingresso de recursos e a alta da moeda norte-americana frente a divisas emergentes.
A moeda norte-americana fechou com leve alta de 0,06%, cotada a R$ 3,1980 na compra e R$ 3,1986 na venda. “A captação da Petrobras gerou expectativa de ingresso de recursos. Por outro lado, no exterior, há cautela com o pronunciamento de Trump amanhã”, comentou o operador de câmbio da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva Filho.
Nesta quarta-feira (11), às 14h (horário de Brasília), o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, dará a primeira coletiva desde que derrotou a democrata Hillary Clinton na disputa pela Casa Branca em novembro. Os investidores estão apreensivos com a política econômica que será adotada no governo de Trump, que pode ser inflacionária e obrigar o Federal Reserve a elevar ainda mais os juros, o que atrairia à maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro.
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Do lado doméstico, a captação da Petrobras ajudou a puxar o dólar para baixo na véspera e mantém a moeda em níveis menores enquanto o mercado aguarda por anúncios de captações de outras empresas. A estatal anunciou captação de US$ 2 bilhões, mas devido a demanda e os juros baixos, o volume captado atingiu US$ 4 bilhões.
Dado o atual cenário, o diretor de câmbio da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, destaca que “enquanto a principal Lei da Economia não for revogada (Oferta e Procura), o dólar não tem forças para subir”.
Ele lembra ainda que o Banco Central segue sem atuar no mercado, mas que isso pode ser a autoridade “guardando munição”, podendo atuar caso os investidores comecem a ficar nervosos com Trump após a coletiva ou com a proximidade da posse oficial. “Caso o mercado siga calmo, o BC poderá iniciar as operações de reverso e retirar o eventual saldo remanescente no dia 31 de janeiro”, afirma.
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Algo errado?
Sobre a recente queda de 5,77% da moeda desde o dia 16 de dezembro – quando estava em R$ 3,39 -, Faria relembra um alerta que já havia feito: “parece que há algo errado. Ou o Dollar Index recua ou o dólar ante o real sobe”.
Segundo ele, a explicação para esse descolamento entre a moeda aqui e no exterior, está na expectativa por fluxo, crença na aprovação de mais reformas do governo, e também pela aposta de solução da questão fiscal dos Estados. Mesmo assim, este cenário não deve durar muito tempo, conclui.
Com Reuters