Dólar cai 0,20%, de olho em Ucrânia e quadro eleitoral

A moeda norte-americana recuou 0,20%, a R$ 2,2239 na venda, após cair 1,35% na sessão de sexta-feira e subir 1,64% na quinta-feira

Reuters

Publicidade

SÃO PAULO – O dólar fechou com leve queda ante o real nesta segunda-feira, em um pregão de pouco oscilação, com o mercado tomando fôlego depois de duas sessões de grande volatilidade, quando refletiu com força o movimento global de aversão ao risco e as pesquisas eleitorais no Brasil.

A moeda norte-americana recuou 0,20 por cento, a 2,2239 reais na venda, após cair 1,35 por cento na sessão de sexta-feira e subir 1,64 por cento na quinta-feira.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1 bilhão de dólares, abaixo da média diária do mês passado, de 1,3 bilhão de dólares.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“De um lado, você tem a questão eleitoral e do outro, os problemas na Ucrânia. O resultado é que o mercado fica cauteloso, esperando a próxima notícia para se posicionar”, afirmou o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

Na quinta-feira passada, a queda de um avião malaio no leste da Ucrânia aprofundou a crise entre separatistas pró-Moscou e Kiev, levando investidores a evitar risco e se refugiarem em ativos mais seguros, como aqueles denominados em dólares.

No Brasil, o impacto no câmbio das preocupações com a Ucrânia foi compensado pela pesquisa eleitoral Datafolha, que mostrou na semana passada empate técnico entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o candidato Aécio Neves (PSDB) num eventual segundo turno das eleições de outubro. Esse cenário foi reforçado pela pesquisa IstoÉ/Sensus divulgada no fim de semana.

Continua depois da publicidade

Os mercados financeiros têm mostrado descontentamento com a condução da política econômica do governo de Dilma e reagido às pesquisas eleitorais.

“Nenhum desses dois grandes temas avançou muito hoje, então vimos um mercado mais vazio e de movimentos mais contidos”, explicou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca.

Com isso, a moeda dos EUA acomodou-se na banda informal de 2,20 a 2,25 reais, após fechar acima desse intervalo pela primeira vez desde o início de junho na semana passada. Boa parte do mercado acredita que esse intervalo agradaria ao Banco Central brasileiro por não ser inflacionário e não prejudicar as exportações.

“É o que o mercado esperava e tem visto nos últimos meses: o dólar não vai se sustentar acima de 2,25 reais enquanto o BC continuar atuando como tem atuado”, afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Pela manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, com volume correspondente a 198,7 milhões de dólares. Foram vendidos 3,5 mil contratos para 2 de fevereiro de 2015 e 500 para 1º de junho de 2015.

O BC também vendeu a oferta total de 7 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Ao todo, o BC já rolou cerca de 44 por cento do lote total, que corresponde a 9,457 bilhões de dólares.