Cotações no mercado futuro de café permanecem estáveis

Os cafeicultores francanos, principal cinturão produtor paulista, receberam em maio R$460,90/sc

Datagro

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SÃO PAULO – Nas duas primeiras semanas de maio, os investidores no mercado futuro de dólar da BM&FBovespa reagiram positivamente ao processo de afastamento provisório da presidente Dilma Rousseff. Com isso, o patamar das cotações do dólar futuro exibiu baixa consistente nas médias das posições futuras entre a primeira e a segunda semanas.

Entretanto, a combinação com outros fatores, entre eles a insegurança propiciada pelo perfil da equipe escolhida pelo presidente interino Michel Temer e a sinalização de aumento dos juros nos EUA, associado ao represamento de remessas dessa moeda pela retração nas importações, não foi suficiente para que o real perdesse valor na média das cotações futuras das duas últimas semanas do mês, conforme avalia o Instituto de Economia Agrícola de São Paulo (IEA).

Na Bolsa de Nova York, o mercado futuro de café arábica exibiu mudança de patamar da média das cotações semanais das posições futuras desde a primeira semana até a terceira, para em seguida, na quarta, devolver todo ganho. Assim, no mês, o mercado permaneceu relativamente estável.

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A oscilação da média das cotações futuras semanais possui conexão estreita com a taxa de paridade cambial brasileira. A valorização observada nas primeiras três semanas do mês é coerente com o fortalecimento do real frente ao dólar futuro em igual periodização. A reversão dessa tendência (câmbio) na quarta semana, fez também recuar as cotações do café. Ademais, o início da safra 2016/17 no Brasil que, segundo estimativas, sinaliza quantidade recorde de colheita nessa década, atuou no sentido de pressionar as cotações. Tal fato se junta ao início do verão no Hemisfério Norte que, sazonalmente, exibe retração na demanda pela bebida e a constatação de ligeiro declínio da demanda no seu maior mercado.

Os cafeicultores francanos, do principal cinturão produtor paulista, receberam, em maio, R$460,90/sc. (tipo 6, bebida dura). Cotejando esse preço médio recebido com o praticado em Nova York, para o contrato em segunda posição (set./2016) em reais (convertido em reais pelo dólar futuro para a mesma posição), alcança-se R$603,30/sc. Imputando-se deságio de 20% relativo ao diferencial para naturais, custo de registro da operação, carregamento de estoque (custo financeiro) e logística de frete até o porto de Santos, chega-se  a cotação de R$482,64/sc. para entrega em setembro, ou seja, apenas 4,7% de incremento na remuneração pelo produto, percentual, aparentemente, insuficiente para estimular a contratação de hedge pelos cafeicultores.

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