Kroton anuncia compra da Somos por valor 66% maior do cotado na Bolsa; estreia na B3, 3 notícias de Petrobras e mais

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (23)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo já começa movimentado, com destaque para a notícia do jornal Valor Econômico de que a Kroton está próxima de fechar a compra da Somos por R$ 6 bilhões. Esta segunda-feira também marca a estreia da NotreDame na bolsa. Três notícias sobre Petrobras, disputa pela Eletropaulo e mais destaques agitam o radar:

Kroton (KROT3) e Somos Educação (SEDU3)

A Kroton anunciou ter acertado a compra do controle da Somos Educação por R$ 23,75 a ação, o que totaliza 4,57 bilhões com a compra de aproximadamente 73,35% do capital social total e votante. O valor de R$ 23,75 é 66% acima da cotação dos papéis da Somos Educação na Bolsa no fechamento da última sexta-feira, de R$ 14,30 (ou R$ 3,75 bilhões de valor de mercado). 

O contrato foi assinado entre Saber Serviços Educacionais, sociedade indiretamente controlada pela Kroton, e determinados fundos de investimentos geridos pela Tarpon Gestora de Recursos (TRPN3), que são os acionistas controladores da Somos. 

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Em até 30 dias contados da data de fechamento da Operação, a companhia submeterá à CVM e à B3 pedido de registro da oferta pública obrigatória para a aquisição das ações de emissão da SOMOS detidas pelos acionistas minoritários. Nas mesmas condições, essa oferta totalizaria R$ 6,23 bilhões. 

A Saber estuda cumular a OPA com a oferta pública para o cancelamento do registro de companhia aberta da SOMOS perante a CVM. “Esta decisão ainda não foi tomada em caráter definitivo e a estrutura final da OPA será oportunamente definida e comunicada ao mercado, mediante o fechamento da Operação. Adicionalmente, os termos e condições de ofertas públicas desta natureza estão sujeitos à aprovação pela CVM e serão oportunamente divulgados. A Saber estuda eventual reorganização societária na Somos  após a conclusão da Operação, visando à otimização de sua estrutura societária e operacional. Informações neste sentido serão divulgadas oportunamente”, informa a Kroton em fato revelante.

Mais cedo, o Valor Econômico destacou que, após idas e vindas, a Kroton estava próxima de fechar a compra da Somos, que atua no ensino básico. 

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IPOs no radar

A NotreDame Intermédica estreia na bolsa nesta segunda-feira, após fixar preço de R$ 16,50 para ação no primeiro IPO no mercado local neste ano. Já a rival Hapvida define o preço para seu IPO e ação deve estrear na bolsa na quarta-feira.

Eletropaulo (ELPL3)

A disputa pela Eletropaulo segue sendo destaque no setor elétrico. A Enel elevou termos de oferta para aumento capital da Eletropaulo, enquanto Iberdrola considera fazer oferta maior pela distribuidora brasileira, disseram fontes à Bloomberg. Já a Energisa alterou a OPA da Eletropaulo para 18 de maio e manteve preço, enquanto o Valor disse nesta segunda que a cEletropaulo deve desistir de oferta de ações.

A italiana Enel – que trava uma disputa acirrada com a Neoenergia pela compra da Eletropaulo – veio a público neste domingo, 22, pedir que a distribuidora paulista suspenda um processo de oferta primária de ações (“follow on”), lançado semana passada para capitalizar a empresa.

O pedido, feito por meio de carta aberta, ocorreu um dia depois de a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exigir explicações da concessionária de energia de São Paulo sobre a continuidade do processo. O órgão regulador quer entender qual o sentido econômico de manter a operação num momento de forte competição pelo controle da empresa.

Na carta publicada neste domingo, a Enel propõe o cancelamento da oferta primária de ações da Eletropaulo e se compromete a fazer uma capitalização na empresa, de até R$ 1,5 bilhão, caso a venda da concessionária não ocorra até 18 de maio. A explicação para essa proposta é que a emissão de ações, neste momento, altera muito a competição pela empresa, afirmam fontes ligadas à disputa. “No entendimento da Enel, o ‘follow on’ não é feito, neste cenário de competição acirrada entre grandes grupos de energia, no momento mais adequado”, disse a italiana.

Essa operação vinha sendo desenhada desde janeiro, mas foi adiada pela Eletropaulo e retomada semana passada com o objetivo de captar entre R$ 1,3 bilhão e R$ 2 bilhões. Em fato relevante, a Eletropaulo disse que responderá, até esta segunda-feira, 23, aos questionamentos da CVM e todas as cartas encaminhadas ao conselho de administração e ao Tribunal de Contas da União (TCU), pela Enel.

Desde o fim de março a empresa vem sendo alvo de uma forte disputa pela compra de seu controle. A primeira proposta, de R$ 19 por ação, foi feita pela Enel. No entanto, a mineira Energisa, que controla nove distribuidoras no País, elevou o patamar das negociações ao fazer uma oferta voluntária – pouco usual no Brasil. O preço, de R$ 19,38, foi considerado baixo, mas mudou as negociações.

Após o movimento da empresa nacional, a Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola, fez sua primeira oferta, de R$ 25,51 por ação, superada no mesmo dia por nova investida da Enel, de R$ 28. Na sexta-feira, a Neoenergia fez seu contra-ataque e ofereceu R$ 29,4 por ação. Nesse processo, a Energisa ficou pelo meio do caminho e deixou a briga pela maior distribuidora da América Latina. Atualmente a Enel controla três concessionárias no Rio de Janeiro, Ceará e Goiás. A Neoenergia detém a concessão de quatro (Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo).

A Eletropaulo, cujos principais sócios são a americana AES e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tem 18 milhões de clientes em 24 municípios de São Paulo e fatura R$ 21 bilhões.

Para especialistas, os atrativos da distribuidora estão na área atendida com elevado consumo e inadimplência baixa. Além disso, a base de ativos (usada na revisão tarifária) é baixa por causa da falta de investimentos. Isso significa que quem comprar e fizer novos aportes, vai elevar a tarifa, considerada uma das menores do País, dizem analistas. 

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Hypera (HYPE3)

A Hypera deve anunciar uma mudança na presidência que levará a saída de Claudio Bergamo do comando, segundo reportagem do Valor. Breno Toledo de Oliveira, diretor executivo financeiro e de RI, é o mais provável substituto. Outros nomes possíveis para o cargo incluem Luiz Clavis, diretor geral de consumer health. A reunião do conselho marcada para quinta-feira deve tratar do assunto. 

Em comunicado, a Hypera informou que não ocorreram alterações na composição da administração da companhia, sendo certo que manterá o mercado devidamente informado a respeito.

A empresa ainda informou que, a exemplo do que tem feito desde 2016, apura os fatos relacionados à colaboração premiada de Nelson José de Mello e continuará a colaborar com as autoridades e a adotar todas as providências cabíveis para a defesa de seus interesses e de seus acionistas. 

Petrobras (PETR4)

A produção total da Petrobras – de petróleo, gás e líquido de gás natural – foi de 2,66 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) em março. Desse total, 2,56 milhões de boe/d foram extraídos no Brasil e 99 mil boe/d no exterior, informou a companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O volume operado pela companhia, que inclui parcela própria e de empresas parceiras, foi de 3,31 milhões de boe/d, dos quais 3,17 milhões de boe/d no Brasil. A produção nacional média de petróleo foi de 2,07 milhões de barris por dia (bpd), o que significou uma queda de 0,8% comparado a fevereiro, por conta, principalmente, da manutenção de equipamentos no navio-plataforma (FPSO) Cidade de Angra dos Reis, instalada no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos.

A produção de gás natural, excluído o volume liquefeito, foi de 78,1 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d), 2,9% abaixo do mês anterior. Neste caso, o motivo da queda foi a parada para manutenção da plataforma de Peroá, localizada na Bacia do Espírito Santo, além de intervenções na plataforma de Mexilhão, localizada na Bacia de Santos. 

No exterior, a produção de petróleo foi de 61 mil bpd e a produção de gás natural foi de 6,4 milhões de m3/d, ambas em linha com o mês anterior.

A Petrobras iniciou na sexta-feira a produção do campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, por meio da plataforma P-74, disse a empresa em comunicado ao mercado. Búzios é o primeiro campo em produção sob regime de cessão onerosa.

A companhia ainda publicou a sua agenda de divulgação de resultados, divulgando seus números do primeiro trimestre de 2018 no dia 8 de maio antes da abertura do mercado. 

 

Klabin (KLBN11)

A Aneel determinou a extinção da concessão da Usina Hidrelétrica denominada PCH Palheiros, outorgada à Klabin, em Petrolândia, estado de Santa Catarina, segundo decisão publicada no Diário Oficial.

A unidade tinha com 1.840 kW de potência instalada. Com isso, fica dispensada a reversão dos bens vinculados à concessão, diz a resolução. 

CSN (CSNA3)

O Conselho da CSN, reunido em 20 de abril, aprovou por unanimidade a venda de até 30,4 milhões de ações ON, mantidas em tesouraria, com o objetivo de cumprir um artigo de Instrução CVM 567/2015, segundo comunicado.

As operações de venda deverão ser realizadas a partir de 20 de abril até, no máximo, 30 de abril por meio de negociações na bolsa de valores, a preço de mercado. A intermediação ficará a cargo da Itaú Corretora de Valores e Concórdia. 

Embraer (EMBR3)

A Embraer assinou com a Belavia acordo para prestação de serviço e suporte à frota de E-Jets da companhia aérea nacional da Bielorússia. A Belavia possui dois jatos E175 e dois E195 na frota. Na semana passada recebeu um E175 e ainda este ano receberá outros dois E195, conforme nota divulgada pela Embraer.

A Embraer Serviços & Suporte oferece suporte customizado a componentes, com reposição sob medida e cobertura de reparo, além de acesso a ferramentas especiais e equipamentos de apoio em solo para manutenção pesada – o que permite movimentação “in-house”, segundo informou a empresa brasileira.

(Com Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.