Por que a alta das commodities pode ser um mau negócio para o Ibovespa?

Correção não é mais intensa por conta da queda dos juros futuros após IPCA-15 ficar abaixo do esperado

Rafael Souza Ribeiro

(Divulgação)

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SÃO PAULO – Apesar da mudança de metodologia do Ibovespa, colocando mais peso no setor financeiro, as commodities ainda são parte importante do índice. Basta ver o peso de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4; PETR3), que possuem participação de 10,7% e 11,2%, respectivamente. Por isso, acompanhar o desempenho do minério de ferro e do petróleo é uma parte importante da rotina do investidor focado no Brasil.

Nesta semana, a escalada das commodities, com o petróleo negociado em NY atingindo a faixa de US$ 69 o barril, algo que não era visto desde 2015, foi um dos principais motivos para a valorização de 3,5% do Ibovespa nos últimos 3 pregões, com as ações de Vale e Petrobras liderando as altas. Contudo, esse efeito positivo também tem um lado negativo do lado econômico e que ajuda explicar a alta de 0,6% do Dólar Futuro neste pregão, que retorno para R$ 3,41.

Devido a forte alta das commodities neste mês, cresce a expectativa por um aumento da inflação por todo o globo, já que os combustíveis são um componente inflacionário que afeta toda a cadeia de transportes, o que implica, por exemplo, em maior preço de alimentos. Diante disso, economistas e analistas estão prevendo um aumento dos preços nos EUA e aumento de inflação definitivamente não é bom negócio para os mercados emergentes, já que isso eleva a probabilidade do Fed subir os juros mais rapidamente e retirar liquidez. Prova desta percepção está no rendimento dos Treasuries norte-americanos de 10 anos, que caminham para a maior alta semanal desde fevereiro.

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Com a fuga dos investidores para os ativos “mais seguros do mundo”, os índices Dow Jones e S&P 500 recuam 0,88% e 0,70%, respectivamente, queda que ajuda contaminar o desempenho do Ibovespa, que mais uma vez encontra dificuldades para romper a faixa de 86 mil pontos. Às 14h58, o índice brasileiro recuava 0,30%, aos 86.280 pontos.

DIs evitam estrago maior

O movimento de correção do Ibovespa só não é maior por conta do resultado do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) de abril, que ficou abaixo da expectativa do mercado e derruba os juros futuros, com os investidores elevando as apostas de um novo corte da Selic em maio.

O IPCA-15, que é considerado uma prévia da inflação oficial do país, acelerou de 0,10% para 0,21% na passagem de março para abril, mas ficou abaixo das projeções do mercado, que apontavam para alta de 0,25%. Na comparação anual, o índice ficou estável em 2,80%, permanecendo abaixo da meta de inflação de 3%. Diante do resultado, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 operavam em queda de 4 pontos-base, cotados a 6,21% e 7,88%, respectivamente. 

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Commodities em queda

Do lado das commodities, após atingir máxima em três anos na quarta-feira, o petróleo caminha para a segunda sessão em queda após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que o preço está artificialmente alto e que isso não será aceito: “parece que a Opep está aprontando de novo. Com quantidades recordes de petróleo por toda parte, incluindo navios lotados no mar, os preços do petróleo estão artificialmente muito altos! Isso não é bom e não será aceito!”, escreveu Trump, em sua conta oficial no Twitter.

Neste sentido, o ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, afirmou que a Opep poderá decidir em junho se devem começar a reduzir suas cotas de produção no segundo semestre deste ano, confirmando os rumores de ontem que os cortes pelos grandes produtores de petróleo devem cessar em breve. Enquanto isso, os contratos futuros de minério de ferro negociados na China tem leve queda de 0,86% após duas sessões de forte alta.

Notícias do dia

Em destaque no noticiário desta sexta-feira, o presidente Michel Temer tem previsão de fazer um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV na noite, segundo a assessoria do Palácio do Planalto ao G1. A fala do emedebista foi gravada na quarta no Palácio da Alvorada e deve trazer uma mensagem de otimismo e destacar medidas adotadas durante a sua administração. Enquanto isso, o jornal O Estado de S. Paulo destaca que Temer começou a abandonar o discurso de candidato. Em conversas reservadas, passou a defender um nome único do centro para o Planalto com perfil que agrade ao mercado.

Atenção ainda para as impressões sobre o encontro no PSB do possível presidenciável Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele disse que ainda não decidiu se será candidato para as eleições. Apesar de afirmar que “não é candidato ainda” e que ainda falta muita coisa, Barbosa comemorou os bons números da última pesquisa Datafolha, quando apareceu com entre 8% e 10% das intenções de voto: “para quem não frequenta ambiente público, não dá entrevista, está muito bom”, afirmou o ex-ministro do STF. Os partidos têm até 15 de agosto para apresentarem o registro dos candidatos.

Em entrevista para o Estadão, FHC (Fernando Henrique Cardoso) disse que está tranquilo com a situação do ex-governador de São Paulo, já que ainda estamos a seis meses das eleições e muita coisa pode mudar neste meio tempo: “geraldo é um corredor de maratona, não de 100 metros. Às vezes, você vai correr maratona e sai com velocidade de 100 metros e queima na largada”, assim afirmou o ex-presidente.

Questionado sobre os outros candidatos na corrida presidencial, o ex-presidente não deixou de comentar sobre o perfil de Jair Bolsonaro (PSL/RJ). Segundo ele, o deputado carioca não representa nem a direita nem a esquerda, mas sim tem um pensamento “atrasado”. Sobre o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, que está ganhando cada vez mais espaço na corrida pela Presidência, FHC diz que ele ainda é uma incógnita e não acredita que somente seu sucesso como juiz será suficiente para ser presidente.

Política na IMTV

O programa Conexão Brasília desta sexta-feira recebe Alan Vendrame, coordenador do curso de Direito do Ibmec/SP. Na pauta, além do cenário eleitoral, destaque para as recentes discussões no STF (Supremo Tribunal Federal) envolvendo os casos do deputado Paulo Maluf (PP-SP) e do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e a questão da prisão após condenação em segunda instância. O programa é transmitido ao vivo, a partir das 14h45 (horário de Brasília). Veja a grade completa clicando aqui.

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