Usiminas lucra 45% mais; venda “muito próxima” da Embraer para a Boeing, decreto da Eletrobras e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (20)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O balanço da Usiminas, registrando um lucro 45% maior no primeiro trimestre na comparação anual, o acordo muito próximo entre Embraer e Boeing, o decreto da Eletrobras, entre outros destaques, agitam o noticiário corporativo desta sexta-feira. Confira mais abaixo:

Usiminas (USIM5)

A Usiminas registrou no primeiro trimestre de 2018 lucro líquido de R$ 157,2 milhões, 45% maior que o anotado no mesmo período do ano passado, de R$ 108 milhões. O resultado reverte ainda prejuízo do quarto trimestre de 2017, que foi de R$ 45 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no critério ajustado – que considera a participação proporcional de 70% da Unigal e outras controladas – somou R$ 641,2 milhões de janeiro a março, com destaque para a Unidade de Siderurgia, que atingiu Ebitda ajustado de R$ 568,6 milhões no trimestre. Na comparação com o primeiro trimestre de 2017 o indicador teve um aumento de 20%.

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A margem Ebitda ajustado passou para 19,8%, menor que a de 22,7% na mesma comparação. Sem ajustes, o Ebitda foi de R$ 622 milhões no primeiro trimestre, 18% acima de igual intervalo do ano anterior, com margem de 19%, contra 23%.

O resultado financeiro ficou em R$ 133,8 milhões negativo, 145% acima dos R$ 54,581 milhões do primeiro trimestre de 2017.

A venda de aço da Usiminas no primeiro trimestre do ano subiu 17% na relação anual para 1,089 milhão de toneladas. Na comparação com os últimos três meses do ano passado o volume é estável. A siderúrgica mineira informou, no documento que acompanha seu demonstrativo financeiro, que as vendas no mercado interno somaram 919,5 mil toneladas nos três primeiros meses de 2018, aumento de 11% na relação anual e de 2,9% na trimestral.

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Já as vendas da Usiminas para o mercado externo somaram 169,6 mil toneladas no primeiro trimestre, ampliação de 62% sobre um ano antes. Ante o quarto trimestre do ano passado, contudo, houve um decréscimo de 13,5%.

Das vendas no período, 84% foram destinadas ao mercado local e 16% às exportações. Os principais destinos do material no exterior foram Argentina (37%) e Alemanha (27%). Já a produção de aço bruto pela Usiminas no primeiro trimestre do ano somou 715 mil toneladas, queda de 3% na relação anual. No comparativo trimestral o recuo foi de 4%.

O volume produzido de laminados foi de 1,074 milhão de toneladas, ampliação de 11% em um ano. Ante os três últimos meses de 2017 houve uma queda de 2%.

 

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Engie  (EGIE3)

A Engie Brasil viu seu lucro líquido atingir R$ 489,3 milhões, alta de 8,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O Ebitda foi de R$ 1,046 bilhão no período, 18,2% maior frente o visto um ano antes. A margem Ebitda teve alta de 0,9 ponto percentual na mesma base de comparação, a 56%.

Enquanto isso, a receita operacional líquida foi de R$ 1,868 bilhão, 16,4% superior na base anual.

Embraer (EMBR3)

De acordo com o jornal O Globo, o grupo de trabalho montado pelo governo para avaliar os termos da proposta da Boeing à Embraer deu sinal verde para a venda da brasileira à gigante americana. O anúncio oficial do negócio está “muito próximo”, disse uma fonte para o jornal, destacando que o comunicado deve ser feito em conjunto pelas empresas e governo federal.

Segundo a publicação, na última quinta o grupo de trabalho, formado por membros dos ministérios da Fazenda, Defesa, da FAB e do BNDES, se encontrou em Brasília para realizar o que provavelmente foi a última reunião do grupo.

A divisão dos negócios deve ser de 80% à americana e 20% para a Embraer, modelo mais palatável ao governo. E está acertado que as áreas da aviação executiva e a defesa da Embraer ficarão fora da venda. A Boeing comprará, portanto, a fatia de aviação comercial da brasileira — que fabrica aviões de até 150 lugares (os E-Jets). Manter a aviação executiva e a defesa juntas, em uma única empresa, foi a forma encontrada para garantir receita e sustentabilidade à defesa.

BRF (BRFS3)

A BRF disse que a decisão da Comissão Europeia de suspender a importação de carne de frango de suas unidades no Brasil não foi baseada em questões sanitárias, “mas pautada em motivações políticas e de proteção de seu mercado local”. “Tal decisão não foi precedida por uma investigação dos fatos por parte das autoridades europeias, e a BRF não teve a chance de ser ouvida”, disse em comunicado da véspera. 

A companhia afirma que iniciará a revisão de seu planejamento de produção, que já considera o regime de férias coletivas em quatro de suas unidades: Capinzal (SC), Rio Verde (GO), Carambeí (PR) e Toledo (PR). “Ainda é prematuro prever o impacto dessa revisão, dada a complexidade da cadeia produtiva na qual a BRF está inserida”, diz o comunicado.

A BRF afirmou que não foi oficialmente informada sobre a decisão e que irá procurar seus direitos perante os órgãos responsáveis europeus e que dará suporte às ações do governo brasileiro na OMC (Organização Mundial do Comércio).

Atenção ainda para as notícias sobre a mudança no Conselho da BRF. Os fundos de pensão Previ e Petros, fundos de investimento da Tarpon e Abilio Diniz, que detêm conjuntamente 32,8% da BRF, firmaram acordo de voto para eleger Pedro Parente como presidente do conselho e Augusto Marques Filho como vice-presidente, de acordo com comunicado ao mercado.

O acordo inclui voto a favor de ter 10 membros do conselho e lista de candidatos preferidos; os acionistas concordaram em não exercer o direito de solicitar o processo de voto múltiplo e revogar todas as nomeações apresentadas anteriormente. 

Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5)

O Valor Econômico desta sexta-feira ressalta que as negociações para resolver o impasse entre a Petrobras e a Braskem, com a reorganização societária desta última, emperraram. A Petrobras dá prioridade à migração para o Novo Mercado porque pretende vender suas ações na petroquímica em uma oferta pública e quer um desfecho posterior para o contrato de fornecimento, enquanto a Odebrecht segue condicionando a reestruturação societária ao fechamento de um acordo de nafta de longo prazo. 

A Petrobras propôs que uma consultoria independente seja contratada para fazer projeções sobre o preço da nafta no longo prazo, trabalho que poderia ser concluído em estimados seis meses e daria base para um novo contrato de fornecimento. Hoje, as estimativas estão a cargo de técnicos da Petrobras e Braskem, cada um com interesses próprios. Além de preço, não houve acordo ainda sobre o prazo, informa a publicação. 

Eletrobras (ELET6)

Decreto assinado pelo presidente Michel Temer nesta quinta-feira aprova as recomendações estabelecidas na Resolução nº 13, de 23 de agosto de 2017, e na Resolução nº 30, de 19 de março, do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República, para início dos procedimentos necessários à contratação dos estudos pertinentes para uma futura capitalização da Eletrobras.

“Fica qualificada, no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), e incluída no Programa Nacional de Desestatização (PND), a Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobras), para início dos procedimentos necessários à contratação dos estudos pertinentes, tão logo seja aprovado pelo Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 9.463, de 2018”, diz o texto, que procurou deixar claro que não é intenção do governo atropelar o Congresso. Essa ressalva, aliás, pode colocar em risco o desfecho de uma privatização no curto prazo, como quer o governo. A frase incluída após negociações com a Câmara dos Deputados dispõe que os estudos para a capitalização da empresa só terão início depois que o projeto de lei for aprovado no Congresso, destaca o jornal Valor Econômico. 

O texto, que deverá entrar em vigor com sua publicação nesta sexta-feira no Diário Oficial da União, diz ainda que ficam aprovadas as recomendações quanto às atribuições do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para a realização dos estudos. O decreto destaca que caberá ao Ministério de Minas e Energia “constituir e coordenar os grupos de trabalho” que farão os estudos.

Randon (RAPT4) e Fras-le (FRAS4)

A Randon registrou receita líquida consolidada de R$ 921,6 milhões no acumulado de janeiro e março de 2018, alta de 59% ante mesmo período do ano anterior, disse a companhia em comunicado. Já a receita bruta totaliza R$ 514 milhões em março, alta de 43,2% na base anual. No acumulado do ano, a receita bruta somou R$ 1,3 bilhão, 54,4% acima na comparação com o mesmo período do ano anterior. Segundo o Itaú BBA, a receita superou em 7,8% as expectativas do banco, o que reforça a visão positiva sobre a empresa. 

Já a Fras-le registrou receita líquida consolidada de R$ 98,1 milhões em março, 48,7% acima na base anual, de acordo com comunicado separado

Eletropaulo (ELPL3)

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, a Iberdrola, maior empresa de energia da Espanha, está considerando aumentar sua oferta pela companhia brasileira, intensificando a guerra de lances pela unidade da AES. Especula-se sobre a possibilidade de a espanhola decidir, nesta sexta-feira, elevar sua oferta. De acordo com os entrevistados, que pediram para não serem identificados, a companhia tem financiamento para elevar a oferta para R$ 30,00 por ação e pode gastar mais, dependendo de quanto quer usar entre caixa e financiamento.

Outra interessada na compra da companhia brasileira, a Enel se comprometeu a promover e apoiar um aumento de capital da Eletropaulo de, pelo menos, R$ 1,5 bilhão, um aumento de R$ 500 milhões em relação à oferta anterior. O valor deverá se somar ao investimento total sob a oferta, chegando ao montante de R$ 4,7 bilhões.

Já a Energisa informou o mercado, por meio de fato relevante, que foi alterada a OPA (Oferta Pública para Aquisição) da Eletropaulo para 18 de maio. A mudança atende determinação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) de realização conjunta do leilão da oferta com o leilão da oferta pública concorrente para aquisição do controle da companhia.

CESP (CESP6)

O Bradesco BBI elevou a recomendação para a CESP para outperform (desempenho acima da média do mercado) com cenário de privatização mais perto dada regra de extensão de 30 anos de Porto Primavera. O analista do setor espera competição no leilão de privatização que pode acontecer em junho, uma vez que privatização pode destravar alguns valores: (1) extensão gera R$ 1.9 bilhão de fluxo de caixa adicional, (2) privatização pode gerar R$ 2 bilhões da renegociação de passivos e (3) pode gerar R$ 1,4 bilhão (R$ 4 por ação) pela realavancagem do balanço.

O novo preço-alvo de R$ 27 assume 75% de probabilidade de privatização e estimativas atualizadas que refletem a redução de pessoal, menor custo de provisão e GSF de longo prazo de 0.95.

Educacionais

O Bradesco BBI também revisou o setor de educação, com a visão de que crescimento do mercado parece um pouco mais difícil apesar de estar dentro da expectativa.

A Kroton (KROT3) é a top pick do banco com valuation atrativo; segundo o analista do setor, a empresa deve conseguir, pelo menos, defender o nível atual do seu EBITDA em 2018. Anima (ANIM3) é segundo nome preferido, sendo que valuation com prêmio pode ser justificado por execução mais leve na admissão de novos alunos e expansão de margem. A Estácio (ESTC3) permanece com recomendação neutra, sem muita visibilidade sobre resultado do primeiro trimestre, enquanto a Ser (SEER3) foi reduzida para neutra depois da decepção sobre admissão de novos alunos e margem Ebitda, com o turnaround devendo demorar para acontecer. 

 

M. Dias Branco (MDIA3)

A M.Dias Branco terá um Comitê de investigação independente para averiguar fatos que determinaram o cumprimento de busca e apreensão na sede da companhia em 10 de abril, segundo fato relevante. A empresa iniciará atividades o mais breve possível e se reportará ao conselho de administração. 

A composição do Conselho é: coordenador Leonardo Gomes Pereira, Affonso Celso Pastore, Fernando Fontes Iunes e Otavio Yazbek. O comitê poderá ser assessorado por escritórios de advocacia e empresa de primeira linha, especializada em investigação. 

(com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.