Gestor de ETFs abandona mercados emergentes e parte para um dos ativos mais seguros do mundo

Aumento da aversão ao risco leva busca pelo ouro

Bloomberg

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O que deve fazer o investidor quando tem certeza de que as bolsas globais perderam fôlego, que os juros mais altos estão prestes a massacrar o mercado de títulos e que, segundo seus modelos, o único mercado emergente que vale a pena é a Índia? Comprar ouro, é claro.

Fritz Folts fez exatamente isso neste ano, após reduzir sua exposição a fundos negociados em bolsa (exchange-traded funds ou ETFs) voltados para ações e zerar sua exposição a ETFs dedicados a países emergentes, dando preferência a posições nos EUA e Japão. No entendimento desse gestor de 60 anos de idade, o impulso positivo para o crescimento econômico e a mentalidade favorável dos investidores — que embalaram as bolsas em 2017 — esfriaram neste ano e os mercados não estão dando atenção suficiente à próxima rodada de acréscimos na taxa básica de juros nos EUA.

Para Folts, que supervisiona US$ 800 milhões como sócio-diretor e estrategista-chefe de investimentos da 3EDGE Asset Management, em Boston, 2017 é uma memória distante. Desde janeiro de 2016, quando a firma começou a atuar com US$ 100 milhões, a carteira Total Return Strategy registrou retorno anual médio de 9,03 por cento.

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Folts acredita que o ouro é o ativo mais bem posicionado para absorver choques externos, diante da maior volatilidade causada pela escalada da tensão comercial global. Ele investiu na commodity por meio de diversos ETFs. O metal se valorizou mais de 1 por cento no último mês, enquanto a ameaça de guerra comercial azedava o clima nas bolsas globais.

Ele tem mínima exposição a renda fixa, apostando em títulos do Tesouro americano e ETFs de menos de um ano de duration. O pessimismo em relação a instrumentos de dívida surgiu em julho, com a perspectiva de alta dos juros.

Nos mercados emergentes, o único investimento que a firma manteve foi em ETFs focados na Índia e, particularmente, no setor de infraestrutura. Na opinião de Folts, a situação demográfica favorável e o fortalecimento da economia indiana darão sustentação às ações locais.

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É uma mudança brusca em relação à postura da 3EDGE em seus primeiros dias, logo após a fundação por uma equipe que antes trabalhava na Windhaven Investment Management. Na época, a firma investia em ETFs voltados a mercados emergentes e comprava fundos dedicados a países específicos para montar uma posição overweight. Era o caso do Brasil no final de 2016. A 3EDGE investiu pesado em ETFs voltados para o Brasil e em um fundo de ações small cap por desejar maior exposição à economia doméstica. A aposta foi liquidada em meados de 2017, após o Ibovespa e o real registrarem mundialmente os maiores ganhos em suas respectivas categorias.

No entanto, Folts ainda vê chance de as bolsas surpreenderem favoravelmente. Mercados emergentes e de fronteira podem gerar taxas de retorno positivas no longo prazo, após a reversão do atual quadro de volatilidade. Ele está de olho em catalisadores que possam reativar o impulso para o crescimento econômico, como um tom mais brando por parte do banco central americano (Federal Reserve) após a próxima reunião de política monetária ou lucros corporativos bem acima do esperado. Mas para 2018, a expectativa é de retorno decepcionante.

“Definitivamente haverá mais volatilidade neste ano”, disse Folts. “E o ouro pode nos ajudar com isso.”

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