Fibria pode despencar e Suzano pode disparar na bolsa após termos da operação serem revelados

A princípio, a notícia seria positiva, dado o alto potencial de sinergia entre as duas empresas, que poderia elevar fortemente o valor de mercado de ambas na bolsa, mas a maior beneficiária deve ser a Suzano

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na noite da última quinta-feira, o BNDESPar e o Votorantim fizeram um dos anúncios mais aguardados dos últimos tempos: a união entre duas gigantes do setor de papel e celulose, a Fibria (FIBR3) e a Suzano (SUZB3). 

A princípio, a notícia seria positiva, dado o alto potencial de sinergia entre as duas empresas, que poderia elevar fortemente o valor de mercado de ambas na bolsa. Nos últimos dias, aliás, as indicações de que os acionistas da Fibria poderiam levar a melhor se intensificaram com a notícia de que a Paper Excellence também estava na disputa e que os acionistas passaram a exigir mais do que estava sendo proposto para fechar a venda. Assim, a estimativa era grande sobre como foram os termos de negociação entre a Fibria e a Suzano, ainda mais após a empresa da Indonésia ter elevado na quinta-feira a oferta de R$ 67,00 para R$ 71,50 por ação em uma tentativa frustrada de vencer a Suzano na disputa. 

Nesta manhã, os números da transação foram revelados e, a princípio, não foram nada positivos para Fibria. A operação de venda dos acionistas BNDESPar e Votorantim foi fechada a R$ 52,50 por ação FIBR3 corrigidos pelo CDI mais 0,4611 ação ordinária de emissão da Suzano. Fazendo as contas, esse valor é de R$ 63,29, representando um valor 11,6% abaixo do fechamento das ações da Fibria na sessão de quinta-feira.

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Ou seja: as ações da Fibria devem despencar nesta sessão, enquanto os papéis da Suzano devem disparar, segundo apontou um gestor ouvido pelo InfoMoney. Um sinal disso pode já ser observado nos ADRs (American Depositary Receipts) FBR que, mesmo com baixa liquidez, registram queda, ainda que modesta, no pré-market da NYSE (de 2,31%, a US$ 21,14). 

“O mercado estava muito emocionado sobre o deal e não tinha visto a chance disso acontecer”, apontou o gestor. A disputa deflagrada nos últimos dias entre a Paper Excellence e a Suzano haviam animado o mercado, mas o fato do BNDES ser um banco estatal que pode ter preterido a Paper Excellence por ser uma empresa de capital estrangeiro, além do fato de haver restrições de compra de áreas agrícolas no país por empresas de fora podem ter pesado contra a “gringa”.

Por outro lado, a valorização que deve ocorrer nas ações da Suzano, que também estão nos termos de transação, podem ajudar a elevar o preço pago pelos papéis da Fibria. Mas, por enquanto, as indicações são de que a Fibria deve ter um dia bastante negativo na bolsa, enquanto a Suzano deve se animar. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.