As três notícias envolvendo o governo que estão “agitando” o mercado nesta sexta-feira

Ibovespa registra ligeira queda e segue movimento de correção após subir 3.700 pontos nos últimos pregões

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Apesar da baixa liquidez do pregão, uma vez que as bolsas dos EUA fecham mais cedo – às 16h00 (horário de Brasília) – e, com isso, restringe o fluxo dos investidores estrangeiros, o noticiário envolvendo o governo segue movimentado e três notícias estão “agitando” o mercado nesta sexta-feira (24). Às 11h42, o Ibovespa registrava ligeira baixa de 0,20%, aos 74.335 pontos, seguindo o movimento de correção após subir 3.700 pontos nos últimos pregões.

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1) Contas em dia
A arrecadação federal durante o mês de outubro somou R$ 121,14 bilhões, segundo dados divulgados pela Receita Federal, resultado 4,2% acima da expectativa projetada pelo mercado de R$ 116,3 bilhões. Apesar do resultado acima do esperado, o número ficou 21% menor ao verificado no mesmo período do ano passado, já que em outubro de 2017 foi registrado ingresso de R$ 46,8 bilhões em recursos da repatriação de recursos do exterior. Retirando esse efeito não recorrente, houve crescimento de 4,2%.

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No acumulado do ano, retirando os efeitos da repatriação, as receitas acumulam alta de 1,46% em relação ao visto entre janeiro e outubro do ano passado, somando R$ 1,08 trilhão. De acordo com a Receita Federal, a alta da arrecadação está em linha com os indicadores econômicos, que registraram aumento da atividade no acumulado de 2017. O crescimento das receitas é muito importante, já que viabiliza o cumprimento da meta fiscal deste ano, que prevê déficit de até R$ 159 bilhões.

2) De olho na Previdência
Assim como nos últimos dias, o mercado segue de perto as negociações do governo para aprovar a reforma da Previdência. Segundo as informações de ontem, o governo fechou acordo preliminar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para colocar a reforma da Previdência em pauta entre os dias 5 e 6 dezembro, coincidindo justamente com a última reunião do Copom, quando todos esperam que o BC reduza a Selic para 7% ao ano e estarão ligados ao comunicado pós-encontro, com as diretrizes para o rumo dos juros no começo do ano que vem. E o ambiente para a aprovação do texto será chave a continuidade do ciclo de queda no início de 2018.

Na ata da última reunião do Copom, o Banco Central deixou claro que o ritmo de cortes dependerá dos esforços do governo para aprovar a reforma da Previdência: “uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária”, apontou o documento.

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Com as novas regras oficialmente apresentadas (veja mais aqui), que devem gerar uma economia de R$ 480 bilhões para os cofres públicos em dez anos, ou seja, 60% da proposta original, Temer (e o mercado) conta os votos para a aprovação da reforma na Câmara. Segundo as últimas contas da base aliada, o governo conta atualmente com 250 votos e usará as próximas duas semanas para tentar alcançar de 70 a 80 novos apoios, para conseguir com folga os 308 congressistas necessários para aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) na Câmara.

3) Ação de Graças de Dias Toffoli?
Logo após formada maioria no STF (Supremo Tribunal Federal) em torno da restrição do foro privilegiado conferido a autoridades públicas, o ministro Dias Toffoli pediu vistas do processo, ao alegar que o Congresso também discute outras formas de restringir esse privilégio. Se a votação no Supremo tivesse sido concluída, estaria deflagrado mais um episódio da instabilidade institucional com uma nova queda de braço entre a corte e o parlamento, o que poderia travar o andamento da Reforma da Previdência.

Em detrimento à pouca atenção dada pelo mercado ao assunto, se o anseio popular de restrição ao foro privilegiado tivesse sido atendido em sua completude, com a conclusão da votação ontem no pleno do STF (e não o pedido de vista de um dos ministros após a confirmação de maioria), poderia impor uma profunda instabilidade, que poderia provocar uma reorganização nos temas da pauta do Legislativo e acarretar em algum atraso na reforma da previdenciária — ou, no mínimo, aumentar ainda mais seu custo político, já que a conjuntura seria ainda menos pacificada. E, como se sabe, sem a aprovação das mudanças nas regras para as aposentadorias, ao menos na Câmara para no ano seguinte tentar sua conclusão no Senado, a tendência seria haver uma correção no comportamento dos principais indicadores do mercado, com a consequente reversão de expectativas – confira a análise completa.

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Eleições 2018

Após informações dos jornalistas Gilberto Dimenstein e de Mônica Bergamo de que Luciano Huck teria dito a amigos que não será candidato a presidente, o Estadão de hoje afirma que ele ainda vai decidir se sai candidato – a informação de que não concorrerá seria cortina de fumaça, para reduzir pressão.

Contudo, a ala palaciana do PMDB não leva a candidatura do apresentador a sério, enquanto não se entusiasma com a do governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Ao mesmo tempo, não descarta o nome de João Doria como candidato. 

Bolsas mundiais

As bolsas chinesas fecharam praticamente estáveis nesta sexta-feira, amenizando as perdas do pregão passado, quando recuou mais de 2% em meio a preocupações com recentes esforços de Pequim para conter uma bolha no mercado financeiro. Já Tóquio voltou do feriado e fechou em alta pelo terceiro pregão seguido,  à medida que o iene se enfraqueceu ante o dólar após a ata do Fed reforçar que o BC dos EUA seguirá com sua política monetária expansionista, fato que favoreceu as ações das exportadoras.

Na Europa, os mercados sobem refletindo os bons dados econômicos e acompanhando as commodities. Em destaque, o índice de sentimento das empresas da Alemanha subiu ao nível recorde de 117,5 na passagem de outubro para novembro, resultado que surpreendeu os analistas, que previam alta para 116,7. Contudo, também no país, seguem as discussões sobre o futuro de Angela Merkel. Martin Schulz, líder dos sociais-democratas, está sendo pressionado para destravar a crise política no país e negociar com a chanceler a formação de um novo governo.

Às 11h42, este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,22%

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,28%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,14%

*CAC-40 (França) +0,57%

*FTSE (Reino Unido) +0,02%

*DAX (Alemanha) +0,92% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,53% (fechado)

*Xangai (China) +0,06% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,12% (fechado)

*Petróleo WTI +1,21%, a US$ 58,72 o barril

*Petróleo brent +0,16%, a US$ 63,65 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +1,48%, a 513,50 iuanes

*Minério de ferro negociado em Qingdao 62% +0,37%, a US$ 67,94 por tonelada