Cemig salta 4% e Gerdau avança com reativação de usina; Vale sobe 1% com disparada do minério

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (23)

Rodrigo Tolotti

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Confira abaixo os destaques de ações desta quinta-feira:

Vale (VALE3, R$ 35,20, +1,32%; VALE5, R$ 32,85, +1,23%)
As ações da Vale registraram ganhos seguindo a alta expressiva dos preços do minério de ferro em meio à oferta apertada da commodity. O minério de ferro negociado em Dalian avançou 3,05%, a 507,5 iuanes, enquanto em Qingdao teve alta de 3,87%, a US$ 67,69. 

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Acompanham o movimento tímido as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 25,70, +0,86%) – holding que detém participação na Vale -, assim como as siderúrgicas, Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,03, +1,41%) e CSN (CSNA3, R$ 8,05, +1,51%). A exceção é a Usiminas (USIM5, R$ 9,24, -1,28%), que apresentou queda mais forte.

Gerdau (GGBR4, R$ 10,85, +1,50%) 
A Gerdau informou que, diante da retomada da indústria automotiva no Brasil, irá reativar a aciaria de sua usina em Mogi das Cruzes a partir de março. Com a reativação, serão gerados 110 novos postos de trabalho na aciaria, que tem capacidade instalada de 375 mil toneladas de aços especiais. Atualmente, está em pleno funcionamento na planta a área de transformação mecânica. 

Além da unidade de Mogi, a Gerdau possui duas usinas produtoras de aços especiais, em Charqueadas (RS) e Pindamonhangaba (SP), sendo que as três plantas totalizam uma capacidade instalada anual de 1,4 milhão de toneladas, com plenas condições para atender a expansão da demanda da indústria automotiva até 2025.

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Para os analistas do Itaú BBA a notícia é positiva já que a reativação da fábrica “reforça as tendências positivas da demanda no setor automotivo no Brasil nos próximos anos”. “Como as operações de aço especiais têm margens acima da média, esperamos que a Gerdau continue a se beneficiar de uma melhoria geral nos resultados nos próximos trimestres”, disseram os analistas.

Petrobras (PETR3, R$ 16,64, +0,85%; PETR4, R$ 16,19, +0,50%) 

A ação da Petrobras têm dia de alta, seguindo o avanço do petróleo, com o WTI avançando 0,93%, a US$ 58,56 e o brent em alta de 0,16%, a US$ 63,42. 

O noticiário sobre a companhia também é movimentado. A Petrobras anunciou nesta quinta mais uma elevação do preço da gasolina, válido para a próxima sexta-feira (24), enquanto o preço do diesel foi cortado em 0,3%. Na véspera, a estatal anunciou um aumento de 5,1% para a gasolina nas refinarias, válidos a partir de hoje, depois de três quedas seguidas. 

A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente. Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais. 

O Valor também informa que, com a venda de no máximo 33,75% de sua participação na BR Distribuidora, a controladora Petrobras pode levantar até R$ 7,5 bilhões, cifra importante para seu plano de desinvestimentos. A estimativa leva em conta a colocação de todos os lotes à venda e o teto da faixa indicativa de preço por ação, que vai de R$ 15 a R$ 19, segundo prospecto divulgado ontem. No cenário pessimista, a Petrobras levantaria R$ 4,4 bilhões com a venda de 25% das ações.

Ainda no noticiário da estatal, a companhia assinou com a subsidiária da Eneva, Parnaíba Gás Natural, o contrato de cessão da totalidade de sua participação no Campo de Azulão, localizado no estado do Amazonas, segundo comunicado ao mercado. O valor total da transação é de US$ 54,5 milhões e será pago na data do fechamento da operação. A decisão está alinhada à política de gestão ativa de portfólio da Petrobras, que prioriza investimentos em ativos com maior potencial de geração operacional no curto prazo e com maior possibilidade de otimização de capital e de ganhos de escala. A conclusão da transação depende de aprovação da ANP e do Cade.

Por fim, o  Cade estendeu o prazo da análise da venda da Liquigás para a Ultragaz por mais 90 dias. O processo deve ser encerrado até 5 de março de 2018, segundo documento. O Tribunal do Cade, contudo, pode emitir sua decisão antes do prazo mencionado. 

BRF (BRFS3, R$ 41,21, +0,05%)

O conselho de administração da BRF elegeu nesta quarta-feira, 22, o executivo José Aurélio Drummond Jr. para o cargo de CEO Global da companhia. Ele vai substituir Pedro Faria, que fica no posto até o dia 21 de dezembro. No dia seguinte, Drummond Jr. assume a função.

José Aurélio Drummond Jr. é graduado em engenharia pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI-SP) e atuou como presidente em empresas como Whirlpool, Alcoa e Eneva. Segundo a BRF, o processo de transição será iniciado imediatamente. Faria havia assumido como CEO da companhia no início de 2015, e sua saída foi anunciada no final de agosto deste ano.

De acordo com o Credit Suisse, a reação do mercado deve ser neutra, até que mais informações sobre a estratégia da empresa sejam divulgadas. “Acreditamos que a indicação de Drummond segue uma linha menos disruptiva (já era um membro do Conselho desde abril de 2017) e que isto possa ser importante em um momento que a empresa tem uma quantidade de desafios considerável pela frente”, avaliam os analistas. 

O BTG apontou gostar do fato da escolha indicar continuidade da recente estratégia adotada pela companhia, já que o grande desafio no momento é de execução. “Por outro lado, identificamos alguns elementos reforçando a tese de que o Conselho está dividido em dois grupos de poder e que um deles (liderado por Abilio) está tomando a maioria das grandes decisões”, avalia. 

Já o Bank of America Merrill Lynch avaliou o anúncio como positivo, uma vez que reduz as incertezas sobre a nomeação, enquanto a empresa conclui a reestruturação de suas diretorias, que ocorreu ao longo do ano, para melhorar os resultados a curto e longo prazo. Além disso, os analistas destacam que Drummond já faz parte do conselho de diretores da BRF desde abril como um membro independente, o que deve permitir um processo de transição mais suave. Eles reafirmaram recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 55,00. 

“Após o anúncio do CEO, o balanço do 4° trimestre deve ser um catalisador importante para as ações, já que é um trimestre muito forte e esperamos que a expansão da margem EBITDA no Brasil volte para a média histórica de cerca de 300 pontos-base na comparação trimestral. Além disso, esperamos que 2018 seja um ano forte, em função da melhora macroeconômica, melhor combinação e maior alavancagem operacional. Finalmente, acreditamos que o anúncio deve remover um ‘overhang’ sobre a ação, que está negociando com um valuation atrativo”, comentaram os analistas do BofA.

A ação está na Carteira Recomendada InfoMoney para o mês de novembro (veja aqui o portfólio completo). 

TIM Participações (TIMP3, R$ 12,40, +2,48%)
A TIM sobe após ter a recomendação elevada para outperform pelo Itaú BBA, com o preço-alvo sendo rolado de R$ 11,00 em 2017 para R$ 16,00 em 2018. Os analistas atualizaram o modelo para incorporar os resultado do terceiro trimestre, novas premissas macroeconômicas, entre outros fatores. 

Eletropaulo (ELPL4, R$ 15,76, -1,13%)
A Eletropaulo anunciou os últimos passos de sua migração para o Novo Mercado, o nível máximo de governança corporativa da B3, que deve ser concluída na próxima segunda-feira (27). Nesta data, as ações preferenciais da elétrica deixarão de ser negociadas, com sua conversão em ações ordinárias (proporção de 1 para 1).

O Credit Suisse lembra que a diretoria da empresa já havia considerado razoável a quantia de R$ 49 milhões que a companhia teria de pagar pelo exercício do direito de recesso de 2,7% dos acionistas preferenciais. Com a migração, a companhia pretende fortalecer a governança corporativa e facilitar o acesso ao mercado de ações, particularmente relevante em um momento em que, por mais que tenha apresentado melhoras, o balanço e a geração de caixa continuam estressados, comentam os analistas do banco.

Cemig (CMIG4, R$ 7,10, +4,41%)
A Cemig contratou a Itaú Corretora para intermediar a venda em leilão na B3, que está previsto para ocorrer na próxima sexta-feira (23), de 34 milhões de units da Taesa (TAEE11, R$ 20,70, +0,24%) detidas pela companhia. Considerando o preço de fechamento de ontem, de R$ 20,65, a operação deve movimentar cerca de R$ 702 milhões (contra uma liquidez média diária de R$ 39 milhões do último ano).

Segundo a Cemig, os recursos obtidos com a venda das ações no leilão serão depositados em conta vinculada para honrar compromissos relacionados à opção de venda outorgada aos bancos acionistas da RME – Rio Minas Energia Participações S.A. e da Luce Empreendimentos e Participações S.A. (Lepsa). A estatal conseguiu prorrogar o exercício da opção de venda para as ações da RME para 30 de novembro de 2018 (ante 30 de novembro de 2017). E em relação à opção de venda que esses mesmos bancos possuem sobre as ações da Lepsa, a data para o exercício continua sendo o próximo dia 30. 

Segundo o Itaú BBA, esse evento é positivo para a ação da elétrica, que, combinado com o aumento de capital de R$ 1,3 bilhão e eventual venda de participação na Light, devem ser suficientes para que a companhia cumpra suas necessidades de pagamentos de dívidas de curto prazo. “Esperamos reação positiva em CMIG4”, disseram os analistas. 

Localiza (RENT3, R$ 20,84, -0,08%)

A Localiza cai na primeira sessão após o desdobramento de ações na proporção 3 para 1, que passou a valer a partir do pregão desta quinta-feira (23). 

WEG (WEGE3, R$ 23,30, -0,85%)

A WEG está sendo acusada de concentração de mercado. Segundo o Valor, prestes a receber um parecer da Superintendência-Geral do Cade, a compra da fabricante de turbinas TGM pela WEG é criticada pelos fabricantes de redutores, motores e turbinas. Eles acreditam que, com a operação conjunta das duas companhias, a possibilidade de “venda casada” é muito grande e pode expulsar concorrentes do mercado.

(Com Agência Estado) 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.