“Próximo Ibovespa” deve ter número recorde de novos nomes – Magazine Luiza é um deles

Seis ações que entrariam se a mudança no Ibovespa fosse hoje, aponta BTG - e impacto deve ser maior do que em outros rebalanceamentos

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Ainda faltam 45 dias para a B3 divulgar a primeira prévia do rebalanceamento do Ibovespa, com as ações que devem participar do índice entre janeiro e abril do ano que vem. Contudo, já há pistas sobre o que pode estar por vir, apontam os estrategistas do BTG Pactual Carlos Sequeira e Bernardo Teixeira em relatório desta sexta-feira (20). 

Para eles, qualquer previsão acerca de novos nomes ainda é extremamente nebulosa, mas o grande destaque fica para a potencial entrada de diversas companhias no principal índice da bolsa brasileira.  Se o anúncio fosse feito hoje, haveria um número recorde de recém-chegados, mais precisamente seis, apontam os estrategistas.

Seriam eles: Magazine Luiza (MGLU3), Fleury (FLRY3), Via Varejo (VVAR11), Sanepar (SAPR4), Iguatemi (IGTA3) e Gol (GOLL4). Enquanto isso, nenhuma ação sairia do índice, o que totalizaria 65 ações de 62 empresas – atualmente, o Ibovespa é composto por 59 ações de 56 companhias.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Mas por que tantas entradas no índice? Esse número relativamente grande de recém-chegados deve-se aos recentes IPOs  (Inicial Public Offering) e follow-on (oferta subsequente de ações), aumentando o volume negociado. Contudo, avaliam, há quem poderia argumentar que nenhum desses nomes (exceto Magazine Luiza) fez uma oferta de ações recentemente. Os estrategistas apontam: “a resposta reside na metodologia de cálculo do B3, uma vez que estas ofertas aumentaram o índice combinado de negociação da Bovespa, permitindo que mais nomes se juntem ao índice”. 

Sobre a questão de fluxo e impacto nas ações, a expectativa é de que o impacto da entrada no Ibovespa para o fluxo das empresas será muito maior do que vem se observando. Os estrategistas do BTG lembram que a pressão de compra e venda de fundos passivos poderia ser parcialmente compensada por potenciais fluxos de cash-and-carry reverso, em que os investidores vendem ações que pertencem à carteira do Ibovespa e compram o índice futuro, ganhando com a diferença de taxas. Contudo, com a Selic nos níveis atuais, esse tipo de operação se torna muito menos atraente agora, uma vez que os custos para montar a operação superam os lucros. 

Vale destacar ainda que a entrada de ações no Ibovespa sempre gera a expectativa por entrada de fluxo de capitais, uma vez que muitos fundos passivos seguem o índice. E o último rebalanceamento deve gerar ainda mais impacto, já que estes fundos aumentaram significativamente o seu AUM (ou ativos sob gestão). ” No último rebalanceamento, estimávamos que esses fundos contribuiriam com um pressão de R$ 5 bilhões, mas esse número é 60% maior agora, para R$ 8 bilhões. Os dois fatos acima mencionados tornarão esse rebalanceamento muito mais relevante em termos de fluxos”, avaliam.

Continua depois da publicidade

Enquanto isso, os cinco nomes mais representativos da atual carteira do índice continuarão a ter um grande peso, aponta o BTG. Em janeiro de 2018, é esperado que os cinco maiores nomes do índice – Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC3;BBDC4), Vale (VALE3),  Ambev (ABEV3) e Petrobras (PETR3;PETR4) – tenham um peso de cerca de 38,3% no índice, o mais alto desde 2010. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.