Eletrobras cai 3% com cobrança bilionária, B2W sobe 28% em 5 dias e Magazine Luiza apaga euforia e afunda 6%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (17)

Paula Barra

Usina Eólica Volta do Rio - Ceará *** Local Caption *** Vista dos aerogeradores durante a visita técnica à usina Eólica Volta do Rio no Ceará. Usina eólica conectada a SE SOBRAL III, Chesf. A usina pertence ao grupo Energimp S/A, controlado pela IMPSA WIND (Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.).

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Confira abaixo os principais destaques da bolsa desta quinta-feira:

Eletrobras (ELET3, R$ 13,45, -3,24%)

As ações da Eletrobras registram queda nesta sessão, em meio à notícia de que a Aneel vai cobrar R$ 2,998 bilhões do Grupo, por conta de cobranças irregulares feitas nos últimos anos pela estatal, para compra e distribuição de gás que abastecem usinas do Amazonas Energia, que é controlada pela Eletrobras. 

O montante foi apurado após a Aneel colher argumentos e provas da Eletrobras, o que reduziu o valor inicialmente apurado pela agência. Em março, técnicos da Aneel informaram que a empresa teria recebido indevidamente R$ 3,7 bilhões dos consumidores de energia de todo o País, no período de julho de 2009 a junho de 2016. A cifra atual de R$ 2,998 bilhões já foi atualizada financeiramente até julho de 2017. A devolução dos valores pela Eletrobras deverá resultar numa redução de repasses que os consumidores fazem todos os anos para cobrir encargos que financiam o fornecimento de energia elétrica para regiões isoladas e não conectadas à rede nacional de transmissão.

 Ainda sobre a companhia, uma fonte ouvida pela Bloomberg afirmou que a Eletrobras considera IPO para linhas de transmissão. A elétrica está considerando agrupar suas linhas de transmissão das sociedades de propósito específico, as SPEs, e fazer um IPO, além de também considerar a opção dos parceiros exercerem o direito de comprar da participação da Eletrobras nas SPEs. A companhia tem reunião com analistas e investidores hoje, no Rio de Janeiro, às 18h. 

B2W (BTOW3, R$ 16,37, +7,34%)
As ações da B2W disparam 28% nos últimos 5 pregões e renovam máxima desde outubro de 2016. O movimento ocorre na esteira da divulgação, na semana passada, do balanço do 2° trimestre. 

O braço de e-commerce da Lojas Americanas surpreendeu no período com uma queima de caixa significativamente inferior ao registrado no 1° trimestre deste ano: R$ 348 milhões versus R$ 1,1 bilhão. Segundo os analistas do BTG Pactual, esse resultado indica que o foco ao longo dos próximos trimestres deve ser a melhora de rentabilidade e, caso isso persista, a companhia dará um passo muito importante “para a auto-sustentabilidade”, projeta o Itaú BBA.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 458,67, -6,39%)

As ações do Magazine Luiza viraram para forte queda e entraram em leilão na bolsa após forte alta ontem (+7,8%) em meio à notícia da proposta de desdobramento dos papéis na proporção de 1 para 8. Com o movimento de hoje, a ação quebra uma sequência de quatro altas, quando acumularam valorização de 24%.

O desdobramento das ações tem como objetivos aumentar a sua liquidez e conferir melhor patamar para a cotação, a fim de torná-las mais acessíveis aos investidores. Com o aumento da liquidez, a companhia pode alçar voos ainda maiores na Bolsa, podendo inclusive ambicionar a entrada no Ibovespa, uma vez que este é um dos critérios para a entrada no principal índice da B3 – o que pode significar ainda mais valorização para os ativos. O Insight do dia da última quarta-feira destacou o cenário para o Magazine Luiza após o anúncio – confira clicando aqui. 

Vale (VALE3;R$ 31,93, +0,63%)

Após a alta de 2% na véspera, as ações da Vale seguem com leves ganhos nesta sessão, seguindo o movimento das commodities. Acompanham o dia positivo os papéis da Bradespar  (BRAP4, R$ 23,96, +0,17%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 11,43, +1,33%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,41, +0,19%), CSN (CSNA3, R$ 8,22, +1,36%) e Usiminas (USIM5, R$ 5,94, +0,51%).  

A sessão foi de alta para os índices chineses, em parte graças ao desempenho de ações ligadas a recursos minerais, depois que os preços do zinco atingiram o maior valor em uma década ontem na London Metal Exchange (LME). No mercado de futuros chinês, o principal contrato de zinco atingiu hoje o limite diário de valorização, de 6%. O preço do minério em Dalian também tiveram forte alta, com sinais de queda dos estoques de aço; tendência, contudo, é de preço do minério recuar no segundo semestre junto com economia chinesa.  

Hoje, os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian subiram 5,71%, a 555 iuanes. 

Petrobras (PETR3, R$ 13,67, +0,66%; PETR4, R$ 13,15, +0,15%)
As ações da Petrobras se descolam do movimento dos preços do petróleo e sobem nesta sessão. Em Londres, os contratos futuros do Brent operavam perto da estabilidade (-0,02%), a US$ 50,26 o barril, enquanto os contratos do WTI caíam 0,06%, a US$ 46,75 o barril. 

Na máxima do dia, os papéis PNs da estatal subiram 1,90%, a R$ 13,38, acionando uma compra gráfica recomendada ontem pelo analista técnico Gilberto Coelho, da Rico Corretora. Segundo ele, a ação abriria uma compra acima dos R$ 13,25, com alvo nos R$ 15,00, o que daria um potencial de ganho de 13% na operação (veja aqui). 

BB Seguridade (BBSE3, R$ 26,61, -1,84%) 
O Itaú BBA atualizou suas estimativas para a BB Seguridade, reduzindo as projeções de lucro para 2017 e 2018, embora apontem que a história fortes dividendos que envolve a empresa mitigue riscos de downside. O “dividend yield” (dividendos/preço por ação) estimado para a ação é de 6% em 2017 e 2018, enquanto o lucro líquido parece que seguirá estável nos próximos anos, comentaram os analistas. Eles reiteraram recomendação “outperform”, com preço justo de R$ 34,40 para 2018 versus R$ 33,80 para este ano. 

Localiza (RENT3, R$ 52,58, -1,85%)
O Itaú BBA rolou o preço-alvo das ações da Localiza para 2018 para R$ 60,00, mantendo a recomendação “outperform” (desempenho acima da média), em meio a prospectos positivos e atrativo potencial de valorização.       

Via Varejo (VVAR11, R$ 15,43, -1,72%) e Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 72,68, -0,83%)

As units da Via Varejo registram queda em meio ao noticiário desta quinta-feira. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, uma oferta subsequente de ações (follow on) pode ser a alternativa para o Pão de Açúcar vender sua fatia na Via Varejo, empresa dona das Casas Bahia e do Pontofrio. Diante da dificuldade em encontrar um único comprador para os 43,3% que detém da rede, o GPA tem sido instado por assessores a colocar na mesa uma proposta de venda de forma pulverizada dos papéis da sua subsidiária.

Segundo o jornal, a ideia inicial levada ao grupo por bancos é a de converter as ações preferenciais da Via Varejo em ordinárias, para lançar a companhia no Novo Mercado. Se o plano de venda pulverizada das ações avançar, a Via Varejo poderia ter como maior acionista o empresário Michael Klein, herdeiro do fundador das Casas Bahia, com 27% da empresa, diz o jornal. 

Em nota de esclarecimento, o Grupo Pão de Açúcar diz que, diferentemente do que afirma a matéria, não há estudos no sentido de realizar um follow-on (oferta subsequente de ações) como forma de vender a sua participação na Via Varejo. “Conforme já vem sendo reiterado pela companhia, o processo continua sendo conduzido de forma a buscar o equilíbrio entre timing e maximização de valor para os seus acionistas”, diz. 

Papel e celulose

As ações do setor de papel e celulose seguem a disparada da véspera, quando subiram em meio às notícias de que uma eventual fusão entre a Fibria (FIBR3, R$ 39,43, +3,14%) e a Suzano (SUZB5, R$ 17,71, +3,57%) voltou a ser avaliada (veja mais clicando aqui) pelo mercado. Já nesta sessão, a Suzano informou uma nova rodada de aumento de preços da celulose, de US$ 30,00 a tonelada, válido para novembro. 

Atenção ainda para o relatório do BTG Pactual destacando que o setor voltou ao foco do mercado e apontando que os fundamentos estão surpreendendo do lado positivo. Além disso, fusões e aquisições no setor ainda podem ser uma opção de geração de valor no longo prazo. Os analistas elevaram o preço-alvo para Suzano de R$ 18 para R$ 23 e mantém recomendação de compra para as ações, enquanto o preço-alvo da Fibria (também com recomendação de compra), foi elevado de R$ 38,00 para R$ 45. Já Klabin (KLBN11, R$ 17,23, +1%) teve preço-alvo elevado de R$ 18,00 para R$ 19,00, com recomendação neutra. 

MRV Engenharia (MRVE3, R$ 13,13, -0,15%)
As ações da MRV Engenharia tentam estancar as perdas recentes (-6% nos últimos 3 pregões). Em relatório desta manhã, o BTG Pactual comenta que, apesar do movimento, não tem nada muito novo ocorrendo. 

“O que está acontecendo é uma discussão muito grande sobre o FGTS. Basicamente, 2 coisas aconteceram: 1) o FGTS teve uma saída de R$ 45 bilhões (contas inativas); e 2) na semana passada, o FGTS anunciou que vai controlar os desembolsos com “Minha Casa, Minha Vida” mensalmente (haverá um orçamento mensal, ao invés de anual)”, comentaram. 

Segundo eles, a leitura do mercado sobre isso é que o FGTS parece estar cada vez com menos funding para investir no MCMV, o que traria alguma pressão de crescimento para MRV. No entanto, eles apontam que conversaram com a empresa, que reforçou que a operação continua indo muito bem.

“Na nossa visão, não tem grandes riscos no MCMV. Há alguns fatores que vale a pena destacar aqui: 1) balanço do FGTS segue bastante saudável e não vemos nenhum risco de não cumprir o orçamento do MCMV; 2) essa análise mensal do desembolso com MCMV é positiva para a sustentabilidade do MCMV”, comentaram.

Eles apontam ainda que o governo sofreu muita crítica pelos problemas que houveram com o Pró-Cotista (que esgotou o orçamento do ano em maio, depois precisou de suplementação de recursos e esgotou de novo em julho e agora vai ficar sem recursos até o final do ano). E, agora, basicamente, o governo quer garantir que o MCMV vai durar o ano inteiro (sem correr o risco de acabar no meio do ano), disseram. “Achamos isso positivo (o governo ter mais controle sobre o orçamento), por mais que traga alguma pressão de curto prazo. E há também um outro fator que o mercado também está ignorando: o fato de o governo estar restringindo crédito para pequenos incorporadores, que vai fazer com que as grandes empresas ganhem participação de mercado dentro do MCMV. Ou seja, esse fluxo negativo deve continuar pesando no papel, porém, a nossa visão, o impacto real dessas questões de FGTS são pouquíssimo relevantes para as empresas”, comentaram. 

Eles disseram que seguem otimistas com o setor e veem esse movimento recente como uma “oportunidade de compra”. O noticiário deve seguir pesado, mas valuation é muito atrativo, apontam. 

Tupy (TUPY3, R$ 15,38, +1,45%)

O BB Investimentos elevou a recomendação para as ações da Tupy para “outperform” (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 20,00.

De acordo com o analista Fabio Cardoso, a estabilização da produção de veículos domésticos já tem levado as montadoras a implementar projetos que irão adicionar demanda para a indústria de autopeças. “No geral, acreditamos que a recuperação da economia global deverá continuar ao longo do segundo semestre de 2017, de acordo com indicadores de atividade industrial nas economias desenvolvidas, o que deverá apoiar positivamente as exportações. Acreditamos também que a exposição da Tupy aos mercados externos permite que a empresa enfrente melhor as adversidades de uma demanda interna ainda fraca e, juntamente com uma taxa de câmbio mais favorável no segundo semestre, pode levar a empresa a manter uma melhoria de lucratividade”, afirma o analista.