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SÃO PAULO – Depois de quatro pregões em alta e chegando perto dos 69 mil pontos pela 1ª vez desde 23 de fevereiro, o Ibovespa opera em queda nesta quinta-feira (17) e às 13h21 (horário de Brasília) recua 0,49%, aos 68.254 pontos, chegando a 68.067 pontos na mínima do dia (-0,77%) e sem operar no positivo em nenhum momento do pregão até então. Os motivos para esse recuo, no entanto, têm feito os investidores se dividirem entre em apenas uma correção do mercado, tendo em vista os sinais de manutenção da política monetária expansionista pelo Fed e BCE (Banco Central Europeu), ou se o fôlego do rali do Ibovespa chegou ao fim.
Tanto eventos domésticos quanto internacionais estão afetando o índice. Por aqui, os investidores seguem preocupados com a trajetória da dívida pública, dúvida que “assombra” o mercado desde o final do mês passado, como também avalia o resultado do IBC-Br (Índice de Atividade do Banco Central) de junho, que ficou abaixo do esperado pelo mercado. Lá fora, os principais índices de ações recuam com a especulação crescente de que a agenda de crescimento econômico prometida por Donald Trump está em risco, após o presidente dos EUA se desfazer de 2 conselhos do setor privado e criticar parlamentares republicanos que se manifestaram contra aos comentários dele sobre o caso de intolerância racial em Charlottesville.
No mesmo momento, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 registravam alta de 1 ponto, cotados a 8,09%, enquanto os contratos de janeiro de 2021 avançavam 2 pontos, negociados a 9,43%. Além disso, o dólar futuro com vencimento em setembro marcava valorização de 0,21%, aos 3.167 pontos.
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Cenário doméstico
Pela manhã, o Banco Central apresentou o IBC-Br, que é considerado uma “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto). Entre maio e junho, o índice registrou crescimento de 0,5%, enquanto o mercado esperava avanço de 0,7% no período. Contudo, no segundo trimestre, a ‘prévia’ do PIB (Produto Interno Bruto) apontou que a economia cresceu 0,25% no período e revela que a economia está em processo – ainda que lento – de recuperação, destaca André Muller, economista da AZ Quest. Os números oficiais do PIB do segundo trimestre serão divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) somente no dia 1º de setembro. Grande dúvida dos investidores desde o mês passado, os economistas estão receosos com o futuro das contas do governo mesmo após a revisão das metas fiscais anunciada pelo governo. Para o Credit Suisse, a decisão do governo de aumentar a meta de 2019 e 2020 confirma o enfraquecimento do processo de consolidação fiscal e acredita que as metas anunciadas serão difíceis de serem cumpridas. Já para Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs, a nova meta fiscal é mais realista, mas decepcionante e atesta a dificuldade do País em promover a consolidação fiscal. Para ele, o Brasil só terá superávits suficientes para reverter a trajetória da dívida pública em 2024, com chance de ser após isso. Temer ainda tem no radar mais uma dificuldade: aprovar as revisões das metas. O governo tem contra si a insatisfação dos aliados na CMO (Comissão Mista de Orçamento), onde começa a tramitar a proposta de revisão da meta. Por outro lado, a equipe econômica quer endurecer o discurso com o Congresso e dirá que, sem a expansão do deficit, serviços serão cortados e emendas parlamentares congeladas. Apesar dessa pressão dos parlamentares, para o economista da AZ Quest isso não deve ser um problema para o governo e Temer possui base suficiente para aprovar o texto. Além da meta, a delação do doleiro Lúcio Funaro “tira o sono” do governo. Funaro falou que existem impasses para o fechamento do acordo, que, por isso, não tem ainda previsão para ocorrer. Ontem, o doleiro deu a entender que ainda tem coisas para revelar e que podem envolver Temer. Ainda sobre delações, a Folha informa que a Procuradoria avalia reabrir negociação de acordo de delação premiada de Eduardo Cunha. Destaques do mercado As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são: As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são: Reforma política também foi adiada
A sessão para aprovação da Reforma Política foi encerrada e a votação do texto-base foi adiada. Maia resolveu encerrar a sessão ao considerar o quórum de 430 deputados baixo – nas negociações durante o dia, o presidente da Câmara havia acordado que a PEC só seria votada com 480 deputados em plenário. Ele agendou a próxima sessão para a noite da próxima terça-feira (22). A PEC propõe a mudança do sistema proporcional para as eleições de deputados e vereadores para a modalidade chamada “distritão”, no qual são eleitos os candidatos mais votados, sem considerar a proporcionalidade dos votos recebidos pelos partidos e coligações. Além disso, está no texto a criação de um fundo para financiar as campanhas eleitorais a partir de 2018. Para ter efeito nas eleições de 2018, a PEC tem que ser aprovada pela Câmara e pelo Senado, em dois turnos de votação em cada uma das Casas e promulgada até o dia 7 de outubro, um ano antes das eleições em primeiro turno. Bolsas mundiais
Depois do movimento de alta dos últimos dias, os principais índice de ações recuam, digerindo a ata da última reunião do Federal Reserve e do BCE (Banco Central Europeu), essa publicada nesta manhã. O documento revelou que a autoridade monetária europeia deve estender o programa de recompra de ativos além do prazo previsto (dezembro deste ano). Além disso, o conselho destacou o bom ritmo de crescimento da Zona do Euro, que se acelerou nesse começo de ano, mas também a queda nas taxas de inflação e nas projeções de inflação para o final do ano. No mesmo tom, a ata do Fed publicada na tarde da última quarta-feira (16) revelou que os membros continuam preocupados com a tendência de baixa da inflação nos EUA, gerando dúvidas sobre a possibilidade de que haja um novo aumento de juros ainda este ano. Portanto, segue a expectativa pela manutenção do ritmo de expansão monetária. Além disso, com as menores preocupações com a recente troca de ameaças entre EUA e Coreia do Norte, a atenção se volta agora para a nova crise política em Washington. Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o fim de dois conselhos formados por executivos proeminentes. A decisão veio após vários integrantes dos conselhos renunciarem na esteira da coletiva de terça-feira em que Trump culpou “os dois lados” por conflitos violentos ocorridos durante uma marcha de supremacistas realizada no fim de semana em Charlottesville, na Virgínia. Às 13h21, este era o desempenho dos principais índices: *Dow Jones (EUA) -0,35% *S&P 500 (EUA) -0,44% *Nasdaq (EUA) -0,66% *CAC-40 (França) -0,47% *FTSE (Reino Unido) -0,49% *DAX (Alemanha) -0,35% *Hang Seng (Hong Kong) -0,24% (fechado) *Xangai (China) (fechado) +0,68% (fechado) *Nikkei (Japão) -0,14% (fechado) *Petróleo WTI +0,58%, a US$ 47,05 o barril *Petróleo brent +0,99%, a US$ 50,77 o barril *Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +5,71%, a 555 iuanes
Do lado negativo, destaque para as ações da Eletrobras (ELET3), que recuam após notícia de que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) vai cobrar R$ 3 bilhões do grupo por conta de cobranças irregulares feitas nos últimos anos pela estatal. Na outra ponta, as ações de Suzano (SUZB5) e Fribria (FIBR3) seguem subindo com novos rumores de fusão entre as fabricantes de papel e celulose.
Cód.
Ativo
Cot R$
% Dia
% Ano
Vol1
ECOR3
ECORODOVIAS ON
10,58
-2,13
+31,21
11,87M
BBSE3
BBSEGURIDADEON EDR
26,55
-2,07
-3,45
52,42M
ELET3
ELETROBRAS ON
13,63
-1,94
-35,46
18,62M
BRKM5
BRASKEM PNA
37,91
-1,91
+10,69
20,36M
SMLE3
SMILES ON
66,50
-1,57
+59,84
6,29M
Cód.
Ativo
Cot R$
% Dia
% Ano
Vol1
SUZB5
SUZANO PAPELPNA
17,69
+3,45
+27,92
69,05M
QUAL3
QUALICORP ON
34,42
+3,36
+82,79
48,95M
FIBR3
FIBRIA ON
39,36
+2,96
+26,45
43,89M
LAME4
LOJAS AMERICPN
16,87
+2,12
-0,62
52,23M
CPLE6
COPEL PNB
28,55
+1,96
+8,38
4,95M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)