Siderúrgicas lideram alta na semana com aumento do preço do aço; dúvidas sobre fusão fazem Estácio recuar 7%

Destaque também para a forte queda de Fibria depois da disparada nas últimas semanas

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Em um dia de poucos negócios, o Ibovespa encerrou a sexta-feira (23) em leve baixa de 0,30%, aos 61.087 pontos, marcado queda de 0,85% nesta semana. Apesar da sessão “morna” para o índice, o cenário corporativo foi bastante agitado, principalmente do lado do setor educacional, após um movimento atípico das ações da Estácio (ESTC3).

Na semana, as siderúrgicas lideraram a ponta positiva do mercado, com Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) subindo 7,54% e 5,26%, respectivamente, diante do aumento dos rumores de aumento no preço do aço praticado pelas empresas brasileiras. Na sexta-feira, o diretor comercial da Usiminas, Sergio Leite, confirmou que a companhia irá aumentar o valor a partir de dezembro.

Na ponta negativa figuraram as ações da Estácio, com queda acumulada de 7,49% diante das dúvidas sobre o futuro da fusão com a Kroton, assim como os papéis da Fibria (FIBR3), que recuaram 7,97% na semana em movimento de correção após a forte valorização verificada este ano. Mesmo com a desvalorização vista, o papel acumula alta de 9,43% em 2017. 

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Confira os principais destaques da bolsa nesta sexta-feira (23):

Kroton (KROT3; R$ 14,03; +2,63%); Estácio (ESTC3; R$ 15,68; +3,43%)
As ações do setor educacional foram destaque neste pregão após um forte movimento de correção por parte das ações da Estácio (confira tudo o que aconteceu clicando aqui).

Frigoríficos – JBS (JBSS3; R$ 6,26; -1,26%); (BEEF3; R$ 11,96; +0,67%); (MRFG3; R$ 6,66; -0,60%)

Preocupado com a qualidade do produto, os Estados Unidos anunciaram a suspensão de toda a importação de carne bovina “in natura” brasileira. Segundo o departamento de agricultura norte-americano, 11% de todo o produto dessa categoria foi barrada por “preocupações com a saúde pública, condições sanitárias e problemas com a saúde dos animais”.

A Marfrig disse que está tomando providências para atender os Estados Unidos, ao passo que JBS disse que não iria comentar. O Minerva afirmou em nota nesta sexta-feira que a suspensão aos embarques de produto in natura do Brasil pelos Estados Unidos não compromete o volume de exportações da companhia e que vai atender aos clientes norte-americanos com o produto de suas unidades situadas Uruguai.

Ainda no noticiário do setor, fontes ouvidas pela Bloomberg disseram que a JBS está perto de assinar um acordo de renegociação de dívida com seus bancos credores no Brasil incluindo cerca de R$ 22 bilhões de sua dívida total. Nele, a companhia aceitaria fazer um pagamento antecipado em média de 10% da dívida renegociada em troca do alongamento por 12 meses do vencimento da dívida, que tem duração média de 18 meses, disseram as pessoas, que pediram para não ser identificadas porque as discussões são privadas.

Além disso, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o BNDESpar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, pediu a convocação de assembleia de acionistas da JBS na qual pedirá o afastamento definitivo da família Batista da direção e do conselho de administração da empresa, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto. Os minoritários na empresa também pretendem cobrar uma indenização da controladora J&F, holding da família que controla a JBS, por prejuízos causados pelos Batista à empresa.

Eletrobras (ELET3; R$ 11,99; -4,92%); (ELET6; R$ 15,94; -3,39%)
As ações da estatal recuaram com informações de que o presidente da empresa, Wilson Ferreira Jr., teria chamado os funcionários da estatal de “vagabundos” segundo informações da coluna radar on-line, da Veja, que cita uma gravação vazada. De acordo com a publicação, este foi o estopim para que o sindicato da empresa “declarasse guerra”.

Petrobras (PETR3; R$ 12,89; -1,23%); (PETR4; R$ 11,93; -0,91%)

A diretoria da companhia espera apresentar em julho ao conselho de administração da companhia proposta de estudos para a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) da BR Distribuidora, disse nesta quinta-feira o presidente da estatal, Pedro Parente, acrescentando que essa seria, na avaliação dele, a melhor forma de proporcionar mais valor à companhia. “Achamos que temos condições de mercado que são extremamente favoráveis, com múltiplos que são atraentes, para que a empresa considere esta medida”, disse Parente a jornalistas.

Ainda no radar da estatal, o diretor da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) Aurélio Amaral, disse que o governo federal está estudando uma maneira de retirar da Petrobras a responsabilidade de incentivar o consumo residencial de Gás Liquefeito de Petróleo. Atualmente, a resolução 4/2005 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determina que o GLP em embalagens de até 13 kg, para uso residencial, deverão seguir preços diferenciados e inferiores aos praticados para outras embalagens, vendidos principalmente para os segmentos industrial e comercial. Segundo Amaral, a atual resolução dificulta a atração de investidores para o setor.

Por fim, a companhia informou o mercado que a subsidiária integral Petrobras Global Finance concluiu a liquidação financeira do resgate antecipado dos títulos 2,750% Global Notes, 5,875% Global Notes e 4,875% Global Notes, todos com vencimento em 2018. Segundo o comunicado, o valor total do resgate foi equivalente a aproximadamente US$ 1,84 bilhão.

Usiminas (USIM5; R$ 4,20; +4,22%)

A siderúrgica informou o mercado que o processo de renegociação da dívida está suspenso, “em virtude do entendimento da Companhia de que a realização da Oferta de Permuta não é vantajosa nas atuais condições de mercado”. A Usiminas havia assumido o compromisso de pagar 50% do valor das notas em janeiro de 2018 e renegociar os 50% restantes por meio da oferta de permuta.

“Diante da decisão de não realizar a oferta de permuta neste momento, a companhia está em negociações com os credores com vistas a obter dispensa à obrigatoriedade de realização da Oferta de Permuta, tendo já recebido uma manifestação preliminar de consentimento por parte dos Bancos Brasileiros, a qual está condicionada à obtenção dos mesmos consentimentos por parte dos Bancos Japoneses e dos Debenturistas”, dizia o comunicado.

Gol (GOLL4; R$ 7,69; -0,13%)

Empresa concluiu na quinta-feira a expansão internacional de seu acordo de compartilhamento de voos, conhecido como codeshare, com a Air France-KLM e novos voos que ligam o Uruguai à Europa. Os trechos são operados por aeronaves da brasileira no trecho de Montevidéu até São Paulo ou Rio de Janeiro, e seguem em jatos da Air France KLM para cidades da Europa, disponibilizadas pela parceria entre as empresas.

Lojas Americanas (LAME4; R$ 13,50; +1,89%)

O conselho de administração da Lojas Americanas aprovou nesta quinta-feira a terceira emissão de notas promissórias comerciais, em série única, da companhia no valor de R$ 900 milhões.

Oi (OIBR4; R$ 3,39; +0,89%)

A companhia vai iniciar, a partir de segunda-feira (26), um programa para acordo com credores. Segundo comunicado, o programa prevê a antecipação de 90% do valor objeto ao credor cujo crédito foi menor ou igual a R$ 50 mil. A antecipação será feita mediante a aceitação do acordo pelo credor no prazo e nas condições previstos no programa. O credor com crédito superior a R$ 50 mil também terá direito de participar do programa e vai receber uma antecipação desse mesmo valor, também pela aceitação do acordo no prazo previsto.

Ainda no noticiário da Oi, a Pharol (antiga Portugal Telecom), um dos principais acionistas da companhia, vai apoiar um eventual aumento de capital na companhia, mas ainda não definiu se irá participar desse processo, informou ao Estadão/Broadcast o presidente da empresa portuguesa, Luís Palha da Silva. A tele estuda incluir a capitalização de até R$ 8 bilhões no processo de recuperação judicial. O tema foi tratado na quarta-feira na reunião do conselho, mas não houve definições sobre o assunto, segundo fontes. O executivo destacou que ainda é prematuro falar em aderir à capitalização. Já Tanure pretende manter a sua posição na companhia.