Vale cai 2% após saída de Murilo Ferreira; PDG afunda 46% em 3 dias e 6 ações reagem a resultado

Confira os principais destaques de ações do pregão desta sexta-feira (24)

Rodrigo Tolotti

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Vale (VALE3, R$ 32,21, -2,89%; VALE5, R$ 30,71, -2,97%)
A Vale informou nesta manhã que Murilo Ferreira não renovará seu contrato como diretor-presidente da companhia, com seu contrato encerrando no próximo dia 26 de maio. Ele está no cargo desde maio de 2011.

Em comunicado, a mineradora destacou que Ferreira “liderou a Vale durante um período de muita turbulência na indústria da mineração mundial e enfrentou alguns dos momentos mais difíceis da história da empresa”. “Em sua gestão, a Vale se tornou uma empresa mais enxuta e mais ágil, aumentando significativamente sua competitividade operacional e mantendo um nível de endividamento saudável”, diz a nota.

Pesam para as ações ainda o desempenho do minério de ferro, com os contratos futuros da commodity negociados na bolsa chinesa de Dailian caindo pelo terceiro dia seguido, com perdas de 2,37%, a 699 iuanes. Já o minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao recuou 0,92%, para US$ 90,50.

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BRF (BRFS3, R$ 39,18, -3,50%)
A BRF teve prejuízo no quarto trimestre, refletindo cenário de custos ainda elevados, combinado com prática de preços menores para defender participação de mercado em regiões chave. A companhia anunciou que teve prejuízo líquido de R$ 460 milhões no período, ante lucro líquido de R$ 1,415 bilhão no mesmo período de 2015.

A companhia afirmou que o resultado refletiu principalmente o impacto do desempenho operacional mais fraco. A receita líquida da BRF no período caiu 4,1% ano a ano, para R$ 8,59 bilhões. O resultado operacional da companhia medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) teve uma queda de 70,4%, para R$ 559 milhões.

A companhia explicou que os custos de matérias-primas como grãos seguiram elevados. Pelo lado da demanda, além da recessão no Brasil, a companhia citou que o crescimento de produção de frango em alguns países relevantes pressionou a competição com o produto brasileiro exportado. Ademais, o resultado financeiro da BRF ficou negativo em R$ 600 milhões, ante número também negativo de R$ 381 milhões em igual etapa do ano anterior.

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Marfrig (MRFG3, R$ 6,26, +2,45%)
A Marfrig teve prejuízo líquido de R$ 270,7 milhões no quarto trimestre de 2016, maior do que o resultado negativo de R$ 194,9 milhões apurado nos mesmos meses do ano anterior. A empresa disse que, excluindo o ganho auferido em vendas de ativos e participações, bem como seus resultados operacionais, houve prejuízo de R$ 241 milhões contra perda de R$ 72,1 milhões um ano antes. O Ebitda somou R$ 355,5 milhões de reais ante R$ 464,3 milhões no último trimestre de 2015.

Com boa parte de sua dívida atrelada ao dólar, a Marfrig reduziu o endividamento bruto para US$ 3,4 bilhões ao fim de 2016 graças à depreciação da moeda norte-americana, com prazo médio de 3,9 anos. Os investimentos atingiram R$ 181,6 milhões de outubro a dezembro, elevando o valor total desembolsado no último ano pela companhia para R$ 526,1 milhões. O montante fica dentro do guidance de R$ 450 milhões a R$ 550 milhões traçado para 2016.

No acumulado do ano, a Marfrig registrou prejuízo líquido ao acionista controlador de R$ 726 milhões, quase metade da perda de R$ 1,424 bilhão apurada em 2015. A receita líquida anual caiu 1,1%, para R$ 19,335 bilhões, em linha com a previsão de R$ 19 bilhões a R$ 20 bilhões divulgada pela empresa.

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 56,44, -2,86%)
O Grupo Pão de Açúcar fechou o quarto trimestre de 2016 com prejuízo líquido consolidado de R$ 29 milhões, uma melhora ante o prejuízo líquido de R$ 384 milhões do mesmo período do ano anterior. O Assaí foi o único segmento do grupo que registrou resultado positivo nesta base de comparação, com alta de 56,9% no lucro líquido, para R$ 146 milhões.

A receita líquida consolidada do Grupo subiu 12,1% no quarto trimestre, para R$ 11,7 bilhões, ante os R$ 10,4 bilhões do mesmo período do ano anterior. O custo de vendas da companhia cresceu 15,5%, para R$ 9,0 bilhões no quarto trimestre de 2016, ante R$ 7,8 bilhões no mesmo trimestre de 2015. Já o Ebitda entre outubro e dezembro ficou em R$ 467 milhões, queda de 40,2% ante os R$ 781 milhões de um ano antes.

Multiplus (MPLU3, R$ 38,14, -2,23%)
A Multiplus reportou um lucro líquido de R$ 116,2 milhões no quarto trimestre do ano passado, uma queda de 7,6% em relação ao mesmo período de 2015. Enquanto isso, a receita líquida da companhia recuou 5,7% no mesmo período, passando de R$ 580,6 milhões para R$ 547,4 milhões. Já a receita com venda de pontos ficou em R$ 523,6 milhões nos três últimos meses de 2016.

Os pontos emitidos pela companhia entre outubro e novembro caíram 5,9%, para 20,1 bilhões, refletindo uma redução de 11,3% no número de pontos emitidos para os bancos, impactado pelos menores gastos em geral no cartão de crédito. Já os resgates somaram 17,9 bilhões de pontos, uma queda de 3,2% por conta do cenário econômico ruim.

Hering (HGTX3, R$ 16,38, -0,67%)
A Hering fechou o quarto trimestre de 2016 com queda de 38,7% em seu lucro líquido, que ficou em R$ 50,9 milhões. O resultado, segundo a companhia, foi afetado pelo desempenho de vendas em redes multimarcas e lojas de franquias. A empresa também ressaltou que registrou um ganho não recorrente em 2015 de R$ 53,5 milhões, relativo à liquidação de subsidiária e dívida intercompanhia, o que tornou a base de comparação mais alta.

No mesmo período, a receita líquida recuou 14,8%, para R$ 432,1 milhões. As vendas brutas da Hering Store tiveram queda de 19%, para R$ 384,9 milhões, enquanto a Hering Kids avnaçou 10,3%, a R$ 64,4 milhões, sendo o único segmento que registrou crescimento.

Marisa (AMAR3, R$ 7,00, -4,89%)
A varejista de roupas Marisa registrou prejuízo líquido de R$ 6 milhões entre outubro e dezembro do ano passado, revertendo o lucro líquido de R$ 16,7 milhões do mesmo período do ano anterior. Segundo a companhia, o desempenho foi afetado pela queda nas vendas no período. A receita líquida caiu 14,8%, para R$ 673,8 milhões, enquanto as vendas em mesmas lojas (lojas abertas há mais de um ano) recuaram 14,8%.

No período, houve uma queda de 22,6% nos custos de produtos vendidos, para R$ 338,6 milhões, enquanto as despesas gerais e administrativas aumentaram 7,6%, para R$ 335,2 milhões. A Marisa associou esse aumento a gastos com reoneração da folha de pagamentos e com provisões para pagamento de remuneração sobre resultados, totalizando R$ 8,8 milhões.

PDG Realty (PDGR3, R$ 1,72, -14,00%)
Após ficar em leilão boa parte da quarta-feira em leilão por conta do anúncio de pedido de recuperação judicial, as ações da PDG afundaram 30% na véspera reagindo à notícia de dão continuidade ao movimento nesta sexta-feira. Em três dias, as perdas chegam a 46%.

A companhia, que chegou a ser a maior incorporadora do País em 2010, desbancando a Cyrela, protocolou ontem pedido de recuperação judicial na 1.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, com dívidas de cerca de R$ 7,7 bilhões. Trata-se do maior pedido de proteção da Justiça do setor imobiliário.

A empresa, cujo valor de mercado chegou a bater R$ 14,4 bilhões no fim de 2010 e agora vale pouco menos de R$ 142 milhões, sucumbiu à crise do setor – que tem enfrentado um alto volume de distratos (rescisões de contratos) – e deverá levar outras companhias para o mesmo caminho, segundo fontes de mercado ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Eletropaulo (ELPL4, R$ 12,65, +4,03%)
A Eletropaulo anunciou que submeteu aos seus acionistas a proposta de migração da companhia para o Novo Mercado da BM&FBovespa. Com isso, a companhia deve deixar de ter ações preferenciais, já que esta é uma das obrigações para fazer a mudança de segmento da Bolsa. 

Neste sentido, a Eletropaulo informou que irá convocar seus acionistas para aprovar a conversão dos papéis PN em ON, sendo que quem tiver papéis preferenciais da empresa e votar contra a conversão, se abstiver de votar ou não comparecer à assembleia especial, poderá pedir o reembolso do que tem investido.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.