Investidores embolsam lucros e Ibovespa Futuro abre em correção no último pregão antes do Carnaval

Contratos futuros do índice apontam para zeragem de posições dos investidores antes de feriado

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após um fechamento em forte queda para o principal índice do mercado acionário brasileiro na véspera, o Ibovespa Futuro iniciou a sexta-feira (24) sinalizando continuidade ao movimento de correção. Às 9h03 (horário de Brasília) do último pregão antes do feriado de Carnaval, que manterá a Bovespa fechada na segunda, terça e parte de quarta-feira, os contratos futuros do índice com vencimento em abril operavam em queda de 1,09%, a 67.545 pontos.

No mesmo horário, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 subiam 1 ponto-base, a R$ 10,34, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 avançavam 5 pontos-base, a 10,09%. Já os contratos de dólar futuro subiam 0,34%, sinalizando cotação de R$ 3,073.

Confira ao que se atentar neste pregão:

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Bolsas mundiais

Em dia sem indicadores relevantes no exterior, as bolsas ficam entre a estabilidade e queda de olho no noticiário corporativo. Os mercados da China ficaram praticamente estáveis, revertendo as perdas vistas mais cedo no início da sessão, conforme as expectativas de reforma sustentaram o mercado e com os principais índices subindo pela terceira semana consecutiva diante da melhora do apetite por risco. O minério de ferro, por sua vez, tem nova queda com mercado questionando recente rali diante das previsões de aumento da oferta, estoques recordes na China e manifestações de cautela de alguns grandes produtores

Na Europa o dia é negativo guiado pela temporada de resultados, com o maior grupo químico do mundo, a BASF, registrando recuo em suas vendas, o que acabou reduzindo seu lucro e levando as ações para quedas de mais de 3%. Empresas como a francesa Vivendi e o banco britânico RBS também recuam e puxam os índices para o campo negativo.

Este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) -0,60%

* CAC-40 (França) -1,26%

* DAX (Alemanha) -1,18%

* Xangai (China) +0,06% (fechado)

* Hang Seng (Hong Kong) -0,62% (fechado)

* Nikkei (Japão) -0,45% (fechado)

* Petróleo brent -0,57%, a US$ 56,26, o barril

* Minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao -0,92%, a US$ 90,50

  • Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -2,37%, a 699 iuanes

Desemprego

O número de desempregados alcançou a marca de 12,9 milhões de pessoas em janeiro, 3,302 milhões a mais na comparação anual, revelou a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã desta sexta. Com isso, a taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,6% no trimestre encerrado em janeiro deste ano, muito acima dos 9,5% registrados em igual período em 2016. Foi a maior taxa registrada na série histórica do indicador, iniciado em 2012.

Agenda

Além dos dados de emprego, também merecem destaque os dados do resultado primário do setor público consolidado de janeiro, às 10h30. Em dezembro, as contas públicas ficaram negativas em R$ 70,7 bilhões, mas podem surpreender. Na véspera, o governo central, formado por governo federal, Banco Central e Previdência Social que integram as contas o setor público consolidado, reportou superávit de R$ 18,9 bilhões em janeiro, bem acima da projeção de analistas, de R$ 7,9 bilhões, segundo a Reuters. Mais cedo, às 9h, sai a taxa de desemprego de janeiro. Estimativa da LCA Consultores é de que a desocupação tenha avançado de 12% para 12,6%. No exterior, os únicos dados de relevo são as vendas de novas moradias e a confiança do consumidor de Michigan, ambos às 12h.

Veja a agenda completa de indicadores clicando aqui

Noticiário político
Em destaque na política, o advogado e amigo de Michel Temer, José Yunes, afirmou a interlocutores que foi um “mula” para o presidente e que recebeu dinheiro a pedido de Eliseu Padilha, hoje ministro da Casa Civil. Yunes deixou o cargo de assessor especial de Temer após o vazamento da delação do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo, que afirma que ele teria recebido, em 2014, R$ 1 milhão oriundo da empreiteira em dinheiro vivo em seu escritório, em São Paulo.

De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Padilha queria que Yunes recebesse em seu escritório alguns “documentos”, que depois seriam retirados de lá por um emissário e que teriam como destino campanhas ligadas ao grupo do ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. A notícia pode trazer nova tensão no governo Temer e caso ganhe força e seja comprovada a informação, poderá colocar pressão em mais um ministro do atual governo.

Enquanto isso, a edição da revista Veja desta semana traz uma notícia de que o empresário Fernando Cavendish, que comandava a empreiteira Delta, estaria negociando um acordo de delação premiada. Segundo a publicação, as revelações podem afetar governadores, prefeitos e parlamentares, sendo que uma das informações a serem apresentadas pelo empresário seria sobe um possível repasse de dinheiro ao deputado Rodrigo Maia, do DEM do Rio de Janeiro, atual presidente da Câmara dos Deputados.  

Entrevista: Selic abaixo de 9% é possível!

Em entrevista ao InfoMoney, o economista da XP Investimentos, Guilherme Attuy, explica por que um cenário de Selic abaixo de 9% é possível ainda em 2017 e coloca um eventual afastamento de Michel Temer como principal fator de risco para a trajetória de conversão da inflação para o centro da meta. Clique aqui para ver a entrevista.

Noticiário corporativo
 A temporada de resultados é destaque com o balanço da BRF, que reverteu um lucro de R$ 1,42 bilhão no quarto trimestre de 2015 para um prejuízo de R$ 460 milhões no fim do ano passado. Enquanto isso, a Marfrig viu seu prejuízo mais que triplicar entre outubro e dezembro, atingindo R$ 241 milhões por conta da queda do dólar. A Hering viu seu lucro líquido cair 38,7%, para R$ 50,9 milhões, enquanto a Multiplus registrou resultado positivo de R$ 116,2 milhões no quarto trimestre. Fora dos resultados, a Eletropaulo fez uma proposta para migrar para o Novo Mercado, o que deverá acabar com suas ações preferenciais, enquanto o Conselho da Vale se reúne nesta manhã para definir sobre a saída de Murilo Ferreira do comando da empresa.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.