Bolsa chega a cair 0,9%, mas ameniza e fecha em queda de 0,4%, em meio à notícia de morte de Zavascki

O mercado sofreu forte volatilidade a partir das 17h, em meio às informações sobre a queda de avião de Teori Zavascki; o dólar futuro fechou em queda de 1,16%, a R$ 3,207

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa sofreu forte volatilidade nesta quinta-feira (19), em meio à notícia de que o ministro Teori Zavascki morreu em queda de avião no litoral sul do Rio de Janeiro. O índice chegou a cair 370 pontos em 16 minutos, indo para a mínima do dia, assim que a notícia começou a circular na imprensa, próximo das 17h (horário de Brasília), mas retomou o patamar perdido minutos depois. Perto das 17h44, a imprensa já confirmava o falecimento do ministro.

Na mínima do dia, o índice atingiu queda de 0,9%, a 63.573 pontos, mas fechou com desvalorização mais amena de 0,31%, a 63.950 pontos. O contrato futuro do dólar também mostrou forte volatilidade a partir das 17h e fechou em queda de 1,16%, a R$ 3,207. 

Zavascki é o relator dos processos da Operação Lava Jato na Corte. Ele deve ser velado no STF e será enterrado em Santa Catarina.

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Quem herdará os processos da Lava Jato?
A sucessão do ministro Teori Zavascki no STF (Supremo Tribunal Federal) poderá se dar de três formas diferentes: o futuro ministro indicado pelo presidente Michel Temer herda os processos de Teori; a presidente da Corte redistribui a relatoria para um dos outros noves ministros ou o ministro revisor dos processos da Operação Lava Jato assumiria a condução do caso no STF.

Segundo o analista político da XP Investimentos, Richard Back, o regimento da Corte prevê que um novo ministro a ser indicado pelo presidente Michel Temer e sabatinado e aprovado pelo Senado “herde” os processos. “Hoje, este é o cenário mais provável. Um novo ministro assume e fica com todos os processo do Teori”, afirma (veja aqui a análise completa).

Destaques de ações da Bolsa
As ações do setor de papel e celulose lideraram os ganhos do Ibovespa com reajuste dos preços da celulose, ofuscando dia de queda do dólar frente ao real. Ontem, a Suzano (SUZB5) anunciou alta no preço da tonelada de celulose vendida em todos os mercados a partir de 1° de fevereiro, acompanhando movimentos semelhantes promovidos por rivais nos últimos dias. Segundo a Suzano, para a China, o preço da tonelada de celulose será elevado para US$ 600. Na Europa, o preço vai para US$ 710 e na América do Norte o valor subirá para US$ 890 a tonelada. 

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Do outro lado, apareceram as ações da Vale e Bradespar – holding que detém participação na mineradora -, na esteira do preço do minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian, que caiu 0,78%, a 637 iuanes a tonelada e após a mineradora ter negado rumores sobre o “fim da VALE5” e afirmar que “não há qualquer discussão ou deliberação sobre eventual unificação das ações de sua emissão”. 

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 GOAU4 GERDAU MET PN 5,49 -4,52 +14,38 129,83M
 GGBR4 GERDAU PN 12,10 -4,04 +12,04 194,83M
 BRAP4 BRADESPAR PN 19,81 -3,55 +33,40 65,74M
 ESTC3 ESTACIO PARTON 16,41 -3,24 +3,86 178,32M
 SANB11 SANTANDER BRUNT 30,31 -3,10 +7,06 52,16M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 14,07 +5,39 -0,92 84,43M
 FIBR3 FIBRIA ON 32,96 +4,37 +3,36 56,91M
 KLBN11 KLABIN S/A UNT N2 16,80 +2,31 -5,19 35,64M
 CCRO3 CCR SA ON 15,48 +1,84 -3,01 73,72M
 ENBR3 ENERGIAS BR ON 13,65 +1,79 +1,87 28,42M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)


Inflação
Nesta manhã, o mercado acompanhou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, que subiu 0,31% em janeiro, sobre alta de 0,19% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o menor resultado para o mês em 23 anos. No desempenho em 12 meses, o indicador teve avanço de 5,94%, contra 6,58% registrados no mês passado.

Com isso, o resultado ficou abaixo da mediana das projeções compiladas pela Bloomberg indicava uma alta de 0,38% na comparação mensal e 6,01% no anual.

Agenda doméstica
Além do IPCA-15, o BC aumentou a rolagem de contratos de swap cambial com vencimento em 1 de fevereiro. Nos dois primeiros dias a oferta foi de 12 mil contratos, por dia, e foram rolados integralmente. Para hoje o BC informou que irá aumentar o número de contratos para 15 mil, esta operação poderá somar US$ 750 milhões. O volume de contratos que vencem em 1º de fevereiro é de US$ 6,4 bilhões.

Vale destacar ainda que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, antecipou sua volta de Davos para tratar da renegociação da dívida do Estado do Rio de Janeiro. Meirelles se reuniu com advogada-geral da União, Grace Mendonça, às 16h. 

Agenda internacional e Davos
No exterior, as atenções se voltam para a decisão de política monetária da zona do euro. No primeiro encontro do ano, os membros do Banco Central Europeu decidiram manter a taxa de juros básica em 0% e a taxa de depósitos em -0,4% para estimular o aquecimento da economia local. Os representantes da autoridade monetária também optaram por manter o programa mensal de compra de ativos em 80 bilhões de euros até março. No mês seguinte, será aplicada uma redução na taxa para 60 bilhões de euros. A decisão veio em linha com as expectativas dos economistas.

Ainda no radar, o mercado ficará de olho ao discurso de Janet Yellen, presidente do Fed, às 23h. Na véspera, a chairwoman do Fed afirmou que vai acompanhar de perto as políticas econômicas que podem surgir na nova administração dos Estados Unidos e vai levá-las em consideração nas suas projeções e nas decisões futuras sobre a taxa de juros. O Fed também está prestando muita atenção ao impacto potencial do fraco crescimento global e dos preços das commodities na economia dos Estados Unidos, disse ela, mas considera que os riscos de curto prazo para a economia estão “equilibrados”.

Entrevista exclusiva
Na manhã desta quinta, o InfoMoney trará uma entrevista exclusiva feita com o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), candidato à presidência da Câmara. Durante a conversa, o parlamentar pediu o realinhamento da casa legislativa com os anseios da sociedade e chamou atenção para o fato de essa eleição ser uma das mais importantes dos últimos anos.

Líder do PSD mesmo em seu primeiro mandato na casa, o deputado falou sobre sua proximidade com Jovair Arantes (PTB-GO) e chegou a admitir a possibilidade de unificação de candidaturas antes mesmo do primeiro turno. Assim como os outros nomes que já oficializaram candidatura, Rosso critica as movimentações de Rodrigo Maia no sentido da reeleição e chama atenção para os riscos de mais insegurança jurídica ao País. Leia a íntegra da entrevista, clicando aqui