Direto ao ponto: os 2 eventos que prometem agitar o mercado nesta terça-feira

Discurso da primeira-ministra do Reino Unido e divulgação da ata da última reunião do Copom serão os "drivers" do mercado na próxima sessão

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após um início de semana mais tranquilo por conta do feriado nos Estados Unidos, o mercado promete voltar a ficar bastante agitado nesta terça-feira (17) com dois eventos ganhando os holofotes no Brasil e no exterior. Enquanto os investidores seguem no aguardo para a posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, o Banco Central brasileiro e a primeira-ministra britânica, Theresa May, guiam o humor do mercado na próxima sessão.

Ainda durante a madrugada no Brasil, a premier do Reino Unido fará um discurso sobre sua visão da relação da região com a União Europeia após o Brexit. May deve reiterar sua intenção de retomar o controle das fronteiras do país para gerir a migração, uma das razões-chave para o voto dos britânicos pela saída do Reino Unido do grupo europeu.

Isso levará a uma saída do mercado único, já que a UE vincula a livre-circulação de bens a de pessoas. E esa saída que as pessoas estão chamando de “Brexit duro”, o que acaba criando grandes temores no mercado mundial. Nesta segunda, a libra voltou a cair forte, apesar de não impactar a bolsa de Londres, refletindo esta expectativa da fala da premier.

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“Mesmo com os bons dados da economia, a libra se tornou uma moeda política e a perspectiva de volatilidade é muito elevada”, afirmou Chris Weston, especialista da agência IG, estimando que uma “ruptura clara com o mercado único é cada vez mais provável”. E, apesar de não ter mexido muito com o Brasil, a confirmação do “Brexit duro” pode abalar mercados no mundo inteiro nesta terça, refletindo também na Bovespa.

Por sua vez, um importante evento ocorrerá por aqui e que também tem poder para afetar os negócios na próxima sessão. Às 8h30 (horário de Brasília), o Banco Central divulga a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), com mais detalhes sobre o encontro da semana passada que decidiu cortar a Selic em 75 pontos-base, surpreendendo o mercado. A perspectiva dos analistas é que a ata reforce a perspectiva, já incorporada pelo mercado, de que o BC deve repetir a dose de corte na próxima reunião.

Por outro lado, alguns especialistas acreditam que a autoridade monetária não deverá deixar tão claro sobre seus próximos passos ou a tendência que deverá seguir. Isto porque ainda existem diversos riscos para a economia, principalmente a posse de Donald Trump, que pode trazer maior volatilidade no câmbio e afetar diretamente o desempenho da inflação.

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Além disso, a volta do recesso no Congresso também promete mexer com o mercado no início do próximo mês, deixando o BC mais cauteloso sobre suas sinalizações. Neste cenário, é possível que uma mudança de tom da autoridade acabe afetando o humor do mercado, já que atualmente a projeção é de pelo menos um novo corte de 50 pontos, mas com grandes chances de manutenção do ritmo estabelecido na semana passada, de 75 pontos.

Com os dois eventos ocorrendo antes da abertura do pregão regular na Bovespa, é possível que a bolsa brasileira abra com bastante volatilidade enquanto os investidores vão digerindo as duas grandes novidades do dia. Além disso, é importante lembrar que o início da tarde pode trazer uma nova onda de volatilidade quando Wall Street voltar do fim de semana prolongado e com os investidores tensos com a posse de Trump.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.