Vale sobe 3%, siderúrgicas saltam 5% e construtoras disparam até 27% com “call de juros”

Confira os principais destaques de ações da Bolsa nesta segunda-feira

Paula Barra

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em leve alta nesta segunda-feira (16) marcada pelo vencimento de opções sobre ações, que normalmente traz volatilidade para papéis de peso do índice. O benchmark da Bolsa brasileira encerrou em leve alta este pregão, em meio à alta das ações de commodities e queda dos bancos.  

As maiores altas do índice ficaram com as ações da Vale, Bradespar – holding que detém participação na Vale – e siderúrgicas, puxadas pela forte alta do minério de ferro. Em relação à Bradespar, os papéis também subiram na esteira de uma elevação de recomendação do Credit Suisse. 

Destaque hoje também para as empresas do setor de papel e celulose e a fabricante de aeronaves Embraer, grandes exportadoras da BM&FBovespa que ganham com a valorização do dólar frente ao real. Hoje, o dólar comercial fechou em alta de 0,52%, a R$ 3,2385 na venda.

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Fora do Ibovespa, o grande destaque novamente fica com as ações do setor de construção civil, com o “call de juros para baixo” firme e forte no radar dos investidores. As ações da PDG Realty dispararam 27% nesta sessão e acumulam nesses 11 pregões de 2017 valorização impressionante de 119%.  

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira:

Vale (VALE3, R$ 31,82, +2,68%; VALE5, R$ 29,06, +3,27%)
As ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 19,60, +3,76%) – holding que detém participação da Vale – subiram, na esteira da alta do minério de ferro, elevação de recomendação da Bradespar pelo Credit Susise e perspectivas positivas para o balanço da Vale no 4° trimestre. Acompanharam o movimento positivo as siderúrgicas, com Usiminas (USIM5, R$ 4,78, +5,05%), CSN (CSNA3, R$ 12,35, +1,06%), Gerdau (GGBR4, R$ 13,20, +1,07%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,79, +2,84%). 

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Hoje, o minério de ferro negociado no porto de Qingdao, na China, subiu 3,86%, a US$ 83,65 a tonelada. Já os contratos futuros da commodity dispararam 8% nesta segunda-feira para uma máxima de três anos, sustentados por ganhos nos preços do aço que continuam a beneficiar-se da campanha do governo para reduzir o excesso de capacidade produtiva. O contrato mais ativo do minério de ferro na bolsa de Dalian atingiu o teto de alta durante a sessão nesta segunda-feira, tocando 657,50 iuanes (95 dólares) por tonelada, maior cotação desde janeiro de 2014, antes de fechar com alta de 7,2%, a 653 iuanes. Uma alta acentuada nos preços do aço e do minério de ferro, assim como em outras matérias-primas siderúrgicas, como coque e carvão de coque, sugere que investidores especulativos aproveitaram o sentimento altista para o setor e ampliaram apostas nestas commodities, como fizeram no ano passado. 

Além disso, o Credit Suisse elevou a recomendação das ações da Bradespar de neutra para outperform (desempenho acima da média), com preço-alvo de R$ 23,30 (potencial de valorização de 23% frente ao último fechamento), em meio às expectativas de que a holding vai conseguir chegar a um acordo para manter inalterada sua participação na Valepar. A Bradespar detém atualmente 21,2% da fatia da Valepar, enquanto os acionistas controladores Vale, BNDES, Mitsui e Litel seguem com 78,8%.

Segundo os analistas, as ações da Bradespar estão descontadas quando comparadas com os atuais preços dos papéis da Vale, dado que as incertezas sobre o novo acordo de acionistas da Valepar que têm adicionado volatilidade às ações da holding. 

Ainda no radar, o BTG Pactual fez uma prévia para os resultados do quarto trimestre da mineradora. Os analistas esperam que a empresa reporte o melhor resultado dentro do universo de cobertura, com números fortes e boa qualidade (geração de caixa e alavancagem caindo pra duas vezes). A expectativa é de um Ebitda de US$ 4,7 bilhões, impulsionado pela alta no preço do minério. Contudo, eles seguem com recomendação neutra para a ação pelo fato de não acreditar que o preço do minério se mantenha nos níveis de US$ 80 a tonelada.  

Petrobras (PETR3, R$ 18,17, -0,27%; PETR4, R$ 15,61, -0,45%)
As ações da Petrobras tiveram pregão volátil, em dia de vencimento de opções sobre ações na BM&FBovespa e sessão instável dos preços do petróleo no mercado internacional. O
 contrato futuro do Brent registrava alta de 0,43%, a US$ 55,69 o barril, enquanto o WTI subia 0,52%, a US$ 52,64 o barril.  

Construtoras
As ações das construtoras voltaram a chamar atenção nesta sessão em meio às apostas de que o Banco Central seguirá mais agressivo nos cortes projetados para a Selic este ano. 
No setor, as maiores altas ficaram com PDG Realty (PDGR3, R$ 2,61,+26,70%) e Rossi (RSID3, R$ 4,64, +21,78%), que subiram mais de 20%. No ano, essas ações acumulam ganhos de 119% e 72%, respectivamente. Além delas, destaque nesta sessão também para Helbor (HBOR3, R$ 2,35, +6,33%), Even (EVEN3, R$ 4,34, +2,36%), Gafisa (GFSA3, R$ 2,44, +2,09%) e Cyrela (CYRE3, R$ 12,36, +2,06%), que subiram mais de 2%.  

Sanepar (SAPR4, R$ 12,55, +2,87%)
As ações da Sanepar dispararam até 5,57% nesta sessão, a R$ 12,88, após o BTG Pactual iniciar a cobertura das ações da empresa com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 19,00 por ação.

A companhia é uma das top picks do setor do banco, com a revisão tarifária esperada para abril sendo o principal catalisador. Alguns destaques: (i) números preliminares da revisão são positivos e poderiam levar a um EBITDA de R$ 2,3 bilhões; (ii) a companhia é vista como mais eficiente que seus pares; (iii) reservatórios da Sanepar estão em níveis muito confortáveis.

“A regulação é ponto chave para o case. A mudança para o modelo de retorno sobre base de ativos vai permitir os investimentos necessários. O timing aqui é crucial e reconhecemos que quanto mais perto das eleições estaduais de 2018, maior o risco de adiarem e/ou tenha interferência política. Conversamos com o regulador (Agepar) que parece 100% comprometido em entregar o processo a tempo. Nossas premissas da revisão incluem uma RAB de R$ 13,5 bilhões e um WACC de 8,68%”, afirmam os analistas.

Prumo (PRML3, R$ 8,71, +3,57%)
A ex-empresa de Eike Batista, a Prumo Logística, antiga LLX, subiu até 8,09%, a R$ 9,09, na máxima do dia, após a EIG, atual controladora da empresa, elevar o preço da OPA (Oferta Pública de Aquisição) para R$ 10,51, acima dos R$ 6,69 previstos anteriormente e 25% superior ao fechamento da última sexta-feira. “Desta forma, caso as condições da EIG sejam atendidas e a Oferta Pública seja lançada, a EIG somente pagará o preço de R$ 10,51 por ação se não houver requisição de acionistas minoritários por um segundo laudo de avaliação”, informou a companhia no dia 13 de janeiro. Em meio à euforia em torno do papel, o volume financeiro movimentado com a ação atingiu R$ 5,6 milhões nesta sessão, contra média diária de R$ 1,4 milhão nos últimos 21 pregões.  

A EIG, composta por EIG Flame e EIG LLX, “está em tratativas com Itaú e Mubadala e tem a intenção de continuar com a Oferta Pública ao preço de R$ 10,51 por ação da Prumo, caso o Itaú e Mubadala aceitem aprovar o cancelamento de registro da companhia; e se comprometer a continuar como acionistas da companhia após a Oferta Pública (não alienando suas ações no leilão)”, segundo comunicado da Prumo com o posicionamento da EIG.

A “EIG ainda acredita que é do melhor interesse da companhia o cancelamento de registro, em razão da dificuldade de atração de recursos via mercado para o atendimento das necessidades da companhia”. A “EIG acredita ser essencial a realização da Oferta Pública na maior brevidade possível, tendo em vista a necessidade iminente de capital na companhia”.

Marfrig (MRFG3, R$ 6,28, +1,45%)
Com relação à operação “Cui Bono?”, da Polícia Federal, deflagrada na última sexta-feira, a Marfrig informou que a empresa não foi alvo de qualquer medida da PF. De acordo com a empresa, a Caixa e fundos do banco estatal não são acionistas relevantes da companhia, segundo a resposta enviada a pedido de comentários. As operações com Caixa foram feitas em condições de mercado, com custos equivalentes aos dos bancos privados, garantias reais e sem qualquer tipo de privilégio, disse a empresa.

Todas as operações contratadas durante período apurado nas investigações, de 2011 a 2013, foram liquidadas no prazo e condições, segundo a Marfrig. O fundador e atual presidente do conselho de administração da Marfrig, Marcos Molina dos Santos, foi um dos alvos de operação da Polícia Federal, conforme o despacho do juiz da 10ª Vara Federal atendendo à representação do MPF. A assessoria de imprensa da Marfrig não se pronunciou sobre a menção a Molina no caso. 

Cemig (CMIG4, R$ 8,58, +0,35%)
A Cemig informou que o Comitê de negócios recomenda aprovar negócio entre Renova e AES Tietê.  A Renova Energia informou na madrugada de sexta-feira que fechou acordo com a AES Tietê para venda de conjunto de parques eólicos que formam o complexo Alto Sertão II, no interior da Bahia, por preço base de 650 milhões de reais. O acordo concede à AES Tietê direito de exclusividade na transação durante um período de 45 dias, e o preço estará sujeito a ajustes caso sejam satisfeitas determinadas condições.

O negócio deve ajudar a AES Tietê em sua estratégia, enquanto pode trazer alívio para as finanças da Renova, que tem um plano de investimentos bilionário para os próximos anos.  A venda do parque eólico deverá fazer com que a Renova, que tem a Cemig como principal sócio, coloque um freio por tempo indeterminado na busca por um novo sócio que poderia ajudar nas suas finanças, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto nesta quarta-feira.

Via Varejo (VVAR11, R$ 9,43, +0,75%)
O Safra reiniciou a cobertura para o Safra com recomendação outperform.  

Oi (OIBR4, R$ 2,63, +3,14%)
Segundo a Folha de S. Paulo, a proposta do fundo norte-americano Cerberus para a Oi deverá ser apresentada em fevereiro. O plano é injetar US$ 2 bilhões (cerca de R$ 6,44 bilhões). Além disso, os títulos de dívidas seriam pagos com grande desconto.

O argumento do fundo é que muitos dos atuais detentores (os “bond holders”) adquiriram os papéis no mercado secundário por um valor de apenas cerca de 15% do valor de face. Os bancos  receberiam parte de sua dívida em ações da nova companhia e o resto seria corrigido com juros abaixo do mercado.

Embraer (EMBR3, R$ 17,10, +1,79%)
A Widerøe acertou encomenda de até 15 aeronaves E2 da Embraer. O pedido da maior aérea regional da Escandinávia consiste em 3 pedidos firmes do modelo E190-E2 e opções de compra de 12 aeronaves da família, segundo comunicado. O pedido tem list price potencial de até US$ 873 mi, caso todos os pedidos sejam convertidos, diz a companhia. * “Os três pedidos firmes por E190-E2s foram incluídos no backlog do quarto trimestre de 2016”.

JSL (JSLG3, R$ 9,70, -3,48%)
A Movida Participações, empresa de locação de veículos, divulgou nesta segunda-feira prospecto preliminar sobre oferta pública de distribuição primária e secundária de ações ordinárias, com preço por papel estimado entre 8,9 e 11,30 reais.

De acordo com o documento, a empresa, controlada pela empresa de logística JSL, ofertará, inicialmente, 78.202.247 ações ordinárias, sendo 71.460.674 novas ações ON a serem emitidas pela companhia (oferta primária); e 6.741.573 ações ordinárias de emissão da companhia e de titularidade do acionista vendedor (oferta secundária). A JSL aprovou alienar 23,47% da participação na Movida em oferta. 

O processo de bookbuilding começa nesta segunda-feira e será encerrado em 6 de fevereiro. O início de negociações das ações no segmento Novo Mercado da Bovespa está previsto para 8 de fevereiro.

Assumindo a colocação integral das ações inicialmente ofertadas, considerando os lotes suplementares e as ações adicionais, bem como o preço máximo da faixa indicativa, a operação pode movimentar 1,18 bilhão de reais.