“Quando for analisar uma empresa, fique muito atento nas pessoas”, aconselha Barsi

Ele recomenda que o investidor tome cuidado com administrações que se propõem a dar grandes saltos de crescimento; "Tenha preferência por grupos empresariais que apresentem um crescimento gradual", comenta

Paula Barra

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SÃO PAULO – “Quando for analisar uma empresa para investir, fique muito atento nas pessoas que estão por trás daquele negócio”, aconselha Luiz Barsi, que fez saiu do zero e construiu ao longo de décadas sua fortuna na Bolsa. “Promessas de resultados futuros, sem histórico de resultados consistentes, têm pouco valor”, aponta Barsi em seu oitavo artigo para a série “As ações garantem o futuro”, divulgado pelo site Suno Research

Ele recomenda que o investidor tome cuidado com administrações que se propõem a dar grandes saltos de crescimento. “Tenha preferência por grupos empresariais que apresentem um crescimento gradual, mas consistente”, diz. 

Por que essa preocupação? Em seu artigo anterior, Barsi revelava o seu maior maior arrependimento: ter investido nas ações da Oi. “Às vezes o dividendo alto pode seduzir o investidor, mas a falta de alinhamento da gestão pode levar a empresa a uma direção perigosa”, comentava no texto (confira a íntegra clicando aqui). 

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Confira abaixo a íntegra da coluna desta semana de Luiz Barsi:

Um importante aspecto ao analisar uma empresa é estudar a sua administração. Afinal, são os administradores que irão gerir os recursos que os acionistas aplicam na empresa.  

Eu examino o trabalho produzido pelos executivos de olho no retrovisor. Ou seja, analiso os resultados passados. Promessas de resultados futuros, sem histórico de resultados consistentes, têm pouco valor. 

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Não é preciso ter acesso aos diretores de uma empresa para fazer uma análise. Recentemente, eu adquiri mais de 1% das ações de uma empresa listada, sem sequer conversar com seus fundadores e executivos previamente. 

Se administração é tão importante, como se faz isso? Pois as informações necessárias para esta análise estão disponíveis pela internet, tanto entrevistas com a administração quanto os dados financeiros. Nesse caso específico fui convencido por outro importante acionista sobre a qualidade do negócio e de sua administração. 

Essas ações mais do que dobraram de preço nos últimos dois anos, quando eu as adquiri. 

Existem atividades que demandam uma necessidade de administrar e outras que exigem a necessidade de controlar.  

Um dos segmentos que demandam controles é a transmissão de energia. Pois uma vez instalado o equipamento, o custo de manutenção é baixo, a operação não é complexa – são poucas usinas fornecedoras de energia e poucas distribuidoras de energia como clientes. E a transmissora não precisa lidar com estoque. Além disso, os investimentos são relativamente baixos quando se compara com a geração de energia, e a operação possui poucos custos, e por consequência a margem é elevada. Taesa, transmissora de energia, é uma ação que estou investindo nos últimos dias.  

Eu tenho preferência por atividades que tenham essa característica, onde os controles são importantes. Existem outras empresas em que o papel que a administração exerce influência maior sobre o destino daquela companhia.

O Grupo Ultra, um dos maiores grupos empresariais d o Brasil, é um exemplo de excelência em gestão. A empresa tem um histórico fantástico de aquisições. A mais recente aquisição é a da Liquigás, que pertence a Petrobras. A operação aguarda aprovação do CADE, órgão de fiscalização de concorrência. 

Os desafios financeiros da estatal possibilitam que o grupo Ultra tenha uma posição favorável nas negociações. Possivelmente, será mais um bom negócio para a companhia. Essas aquisições são feitas sempre dentro das possibilidades da empresa, que não recorre a um endividamento elevado para fazer essas compras.  

Outro exemplo de gestão competente é a Klabin, sob a liderança do presidente Fabio Schvartsman, uma pessoa que faz gestão com foco em eficiência. Coincidentemente, ele é ex-executivo do Grupo Ultra.

Klabin é uma empresa que eu acredito que vai durar pelo menos duzentos anos, pela perenidade do setor que atua, assim como pelo quadro societário da empresa, com as famílias fundadoras com fortes laços com a empresa. 

E como se analisa o resultado histórico de uma empresa?

Faça a seguinte análise. Seus resultados são crescentes? Seus dividendos são crescentes? Se a resposta for “sim” para essas perguntas, possivelmente essa é empresa é bem tocada.  

Uma boa administração que produz resultados consistentes e crescentes ao longo do tempo tem as suas ações premiadas pelo mercado. Além disso, os dividendos crescentes premiam aqueles acionistas que não tem pressa de vender ações e recebem rendas cada vez maiores.  

Tome cuidado com administrações que se propõem a dar grandes saltos de crescimento.

Nas décadas passadas, quando existia uma demanda reprimida muito grande por produtos talvez até fizesse sentido, mas no mundo de hoje tenha preferência por grupos empresariais que apresentem um crescimento gradual, mas consistente.  

Portanto, quando for analisar uma empresa para investir, fique muito atento nas pessoas que estão por trás daquele negócio. São elas quem vão administrar o seu recurso.

Confira abaixo os outros textos da série “Ações garantem o futuro”:

1°) Barsi conta como saiu do zero para construir sua fortuna na Bolsa
2°) Os 4 hábitos essenciais para se tornar um investidor de sucesso na Bolsa
3°) As dicas para quem quer começar a investir em ações
4°) Quer investir na Bolsa? Comece de forma simples
5º) Duas compras bem sucedidas na Bolsa, que já rendem 150%
6º) A ação que um dos maiores investidores do Brasil está comprando na Bovespa
7º) Barsi revela um dos seus maiores arrependimentos na Bolsa: ter comprado ações da Oi