Elétricas disparam 5% com Morgan Stanley; holding da Vale e BB saltam 4%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira (29)

Paula Barra

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve alta nesta segunda-feira (29), acompanhando o mercado externo, mas também de olho no processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. O índice subiu 1,59%, a 58.635 pontos, puxado pelos papéis dos bancos e empresas ligadas a commodities, como Petrobras, que avançou 2%, mesmo com a queda do petróleo após comentário do CEO. Os papéis da Vale também subiam forte hoje. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta tarde:

Vale (VALE3, R$ 18,23, +2,99%; VALE5, R$ 15,51, +2,92%)
As ações da Vale subiram, acompanhando o dia positivo no mercado doméstico. Os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 10,74, +3,57%) – holding que detém participação na mineradora – também avançaram, assim como as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 9,39, +2,07%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,76, +2,45%), Usiminas (USIM5, R$ 3,62, +1,12%) e CSN (CSNA3, R$ 9,08, +3,18%). 

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No radar da Vale, o deslizamento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), no final do ano passado foi causado por um erro de projeto da barragem, segundo afirma o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. A tragédia se deu, aponta ele, por um erro de projeto e foi agravado por novos erros em alterações feitas na estrutura quando ela já estava em uso. 

Segundo ele, os dados serão apresentados nesta segunda-feira em Belo Horizonte pela Samarco por um grupo de especialistas estrangeiros contratados pela mineradora. “São geólogos e sismólogos responsáveis por perscrutar os maiores acidentes com barreiras ocorridos no planeta nos últimos dez anos”.

Em apresentação à imprensa, a Vale, a BHP Billiton e Samarco mostraram que a barragem de Mariana estava rachada há 1 ano. O relatório da investigação foi encomendado à Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP que analisou causas do rompimento da barragem da Samarco em novembro de 2015. A auditoria mostrou que rachaduras já existentes em 2014 tiveram crescente saturação e a elevação na altura da barragem tornou a drenagem menos eficaz, disse o presidente do conselho da Cleary Gottlieb, Norbert Morgenstern. A BHP reiterou pedido de desculpas pelo vazamento e compromisso de compensação em comunicado

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Além disso, a Vale teve sua perspectiva alterada de negativa para estável pela S&PGR, em relatório divulgado nesta segunda-feira. Para a agência de classificação de risco, os preços atuais favoráveis de metais estão rendendo fluxos de caixa adicionais para empresa, aliviando as pressões de alavancagem. 

Petrobras (PETR3, R$ 15,11, +1,00%; PETR4, R$ 12,72, +1,35%)
Seguindo o movimento do mercado doméstico, as ações da Petrobras avançaram apesar da queda dos preços do petróleo no mercado internacional. O contrato futuro do Brent registrava queda de 1,28%, a US$ 49,28 o barril, enquanto o WTI caía 1,36%, a US$ 46,99 o barril.

No radar, o presidente da estatal, Pedro Parente, disse que a companhia terá metas altas de desinvestimento nos próximos 2 anos. Ele falou durante conferência ONS em Stavanger, na Noruega. Parente espera receber ofertas pela BR Distribuidora até final do ano e pretende decidir sobre venda da unidade no 1° trimestre de 2017. Ele também comentou que a Petrobras discutiu a venda de ativos com a Shell. Segundo ele, a companhia discutirá investimentos com a Shell quando o presidente da companhia visitar o Brasil no próximo mês.  

Além disso, a Petrobras está em fase final da venda de uma rede de gasodutos para um grupo liderado pela Brookfield Asset Managment, e pode vender mais que os 81% previstos anteriormente, no que seria a maior venda de ativos em valor já feita pela empresa, disseram duas pessoas com conhecimento direto do processo, que pediram anonimato porque não estão autorizadas a falar publicamente, à Bloomberg. A petroleira pode fechar venda da Nova Transportadora Sudeste antes do final de setembro e o negócio está estimado entre US$ 5,5 bilhões e US$ 6 bilhões, disseram as pessoas. O fundo soberano de Cingabura GIC, China Investment Corp., Greenwich e First Reserv Corp. também fazem parte do grupo de compradores. A Petrobras e a Brookfield não quiseram comentar o assunto.

Por fim, a Petrobras e a Statoil assinarão Memorando de Entendimentos em 30 de agosto por maior cooperação. As companhias realizarão coletiva de imprensa para assinatura do memorando de entendimentos, disse Elin Isaksen, porta-voz da Statoil, para a Bloomberg. A estatal ainda afirmou que a a Aframax Madre de Deus deve carregar o 1º petróleo produzido pela plataforma FPSO Cidade de Saquarema nos próximos dias, de acordo com comunicado. A FPSO Cidade de Saquarema iniciou suas operações em 8 de julho e a produção fará parte do petróleo comercializado como Lula. A FPSO tem capacidade para produzir 150.000 barris/dia de petróleo; capacidade para armazenar 1,6 milhão de barris.

Bancos
As ações dos bancos dispararam nesta segunda-feira e sustentam os ganhos do Ibovespa. Com a forte alta, o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,82, +4,02%) atingiu seu maior patamar desde maio de 2015, em meio às apostas crescentes de que a presidente Dilma Rousseff será substituída por um governo mais favorável ao mercado, tornando as ações do banco público mais atrativas. O BB está sendo negociado na Bolsa em 6,7 vezes os ganhos estimados, contra 9,2 vezes para o Bradesco (BBDC4, R$ 29,16, +1,82%), 9,9 vezes para o Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,36, +1,76%) e 14,2 vezes para o Santander (SANB11, R$ 23,06, +2,26%), segundo dados compilados pela Bloomberg. 

Sobre o Bradesco, a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, disse que alguns investidores peso-pesados estão montando uma operação financeira para comprar a participação que Lia Aguiar, filha de Amador Aguiar, fundador do Bradesco, detém no banco. A fatia gira em torno de 3,5%.

Cesp e CPFL Renováveis
As ações da Cesp (CESP6, R$ 13,93, +4,74%) e CPFL Renováveis (CPRE3, R$ 11,00, +4,76%) dispararam com recomendação do Morgan Stanley. Na máxima do dia, esses papéis atingiram ganhos de 13,33% e 5,86%, indo a R$ 11,90 e R$ 14,08, respectivamente. 

No relatório, o Morgan Stanley elevou as ações da Cesp e CPFL Renováveis de “underweight” (exposição abaixo da média) para “overweight” (exposição acima da média). A equipe de análise do banco, chefiada por Miguel Rodrigues, elevou o preço-alvo da CESP6 de R$ 15,50 para R$ 16,00, enquanto o da CPRE3 foi cortado de R$ 14,50 para R$ 12,20. 

Eles comentaram que a atualização da análise veio após decisão de cortar as estimativas de custo de capital para o setor elétrico. “Nós estamos elevando as estimativas de médio prazo do setor, seguindo uma significativa recuperação nos últimos meses, e corte no custo de capital, devido a expectativas de juros mais baixos”, comentaram. 

Cosan (CSAN3, R$ 36,60, +1,08%)
As ações da Cosan atingiram sua máxima do dia, subindo 0,75%, após chegarem a cair 1,24% com uma forte entrada de fluxo na companhia por volta das 12h40. O movimento ocorreu após o presidente da Petrobras, Pedro Parente, comentar que a estatal está disposta a discutir investimentos com a Shell quando o CEO da companhia visitar o país no próximo mês.

Educacionais 
Segundo o Valor, o MEC e as instituições de ensino superior estão debruçados sobre as fontes de crédito privado possíveis para a viabilização do “Fies Turbo” – nova modalidade do financiamento estudantil prometida para ser lançada em janeiro. Entre as opções analisadas estão o uso dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) ou a contratação de um empréstimo consignado para amortização do financiamento estudantil, além da criação de Letras de Crédito Estudantil (LCE) e redução de compulsório para os bancos que concederem o crédito universitário. 

Na Bolsa, as ações das educacionais subiram hoje, com Estácio (ESTC3, R$ 17,44, +2,47%), Kroton (KROT3, R$ 14,38, +2,49%), Anima (ANIM3, -0,) e Ser Educacional (SEER3, R$ 16,40, +5,33%). A exceção foi Anima (ANIM3, R$ 14,30, -1,38%), que encerrou em queda o pregão após ter registrado alta de 1,03% mais cedo, a R$ 14,65.

Copasa (CSMG3, R$ 32,32, +3,42%) 
A Citi Corretora reiterou sua recomendação de compra/alto risco para as ações da Copasa, mas elevou o preço-alvo de R$ 35,40 para R$ 36,60 por ação, por conta do menor custo de capital (-0,49 ponto percentual dada a queda no CDS) e pela eficiência de custos apresentada no segundo trimestre. “O positivo corte de custos, a recuperação dos volumes após a seca de 2015 e a revisão tarifária de 2017 não estão incorporados ao preço mesmo considerando a sólida performance acumulada no ano (+110%)”, comentaram os analistas.

Eles esperam que os custos operacionais caiam 6% na comparação anual (em termos reais) em 2016, refletindo menores custos com pessoal e despesas com serviços de terceiros. Os analistas também elevaram suas estimativas para o Ebitda de 2016/17/18 em 4%/2%/1%, respectivamente.

B2W (BTOW3, R$ 16,96, +3,99%)
Os resultados do 2° trimestre da B2W mostram que a expansão da plataforma Marketplace está ganhando ritmo mais cedo que o esperado, alcançando 16% do valor bruto de mercadorias da B2W (contra 7% um ano atrás), comentaram os analistas da Citi Corretora. Eles ressaltaram que a companhia tem um plano de crescimento agressivo e espera ter 50% de suas vendas vindas deste segmento no longo prazo. A mudança de e-commerce para marketplace pode transformar o fluxo de caixa da companhia, com margens maiores e menor necessidade capital de giro, se executada corretamente. Os analistas atualizaram suas estimativas para contemplar as melhoras recentemente anunciadas, o que elevou o preço-alvo para R$18,10. Eles mantiveram a recomendação em neutra.

Qualicorp (QUAL3, R$ 22,63, +3,19%)
Em relatório desta segunda-feira, o BTG Pactual disse que continua gostando bastante dos fundamentos da indústria de planos de saúde, mas acredita que mudanças estruturais (modelo de pagamento, questão da judicialização, medicina preventiva, etc) são essenciais para a combater o problema da inflação médica e trazer sustentabilidade ao setor. No setor, os analistas seguem com a Qualicorp como sua top pick neste momento. 

Concessões rodoviárias
A nova rodada de concessões de infraestrutura será sem financiamentos subsidiados para os participantes. Em entrevista ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, disse que o governo pretende fomentar a competição entre os bancos, porque não tem mais condições de apoiar as concessões com subsídios. 

Para analistas do Bradesco BBI, o governo vai precisar aumentar a TIR (Taxa Interna de Retorno) desalavancada para novos projetos, levando a um novo cenário que deve favorecer as empresas que são capitalizadas e têm acesso fácil a mercados de ações e de capitais de dívida, tais como CCR (CCRO3, R$ 17,55, +0,23%) e Ecorodovias (ECOR3, R$ 8,42, +3,31%). O banco mantém recomendação outperform (desempenho acima da média) e neutra para essas empresas, respectivamente. 

Oi (OIBR3, R$ 3,71, +3,34%; OIBR4, R$ 2,52, +6,33%)
As ações da Oi seguiram o rali da última sexta-feira, após o fundo americano PointState Capital sinalizar que vai votar a favor das mudanças propostas por Nelson Tanure na Oi, conforme informou a Agência Estado. Essa indicação do fundo americano foi o suficiente para o mercado interpretar que pode haver um movimento favorável dos credores ao que Tanure está propondo e, com isso, desatar o nó da recuperação judicial, disse o head de mercados de capitais da Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto. 

Tanure, por meio do fundo Société Mondiale, ganha força na disputa com a Pharol (antiga Portugal Telecom), maior acionista da tele. Na pauta das assembleias de acionistas, marcadas para 8 de setembro, está a destituição de membros do conselho de administração ligados à Pharol e a eleição dos indicados de Tanure. O posicionamento favorável às mudanças sugeridas pelo empresário foi feito em documento entregue à Securities and Exchange Commission (SEC), que regula o mercado de capitais dos EUA. 

O Société Generale e o Point State têm fatias de 8,32% e 6,32% na tele, respectivamente, mas os porcentuais podem subir nos próximos dias, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real da Grupo Estado. A Pharol é dona de 22,24% do capital social da Oi. Juntos, os fundos têm hoje quase o mesmo poder de decisão em assembleias que os portugueses, pois todos os acionistas estão limitados a um poder de voto de 15%. O Broadcast apurou que Tanure já teria o apoio de ao menos outros oito fundos. Além disso, irá elevar a sua fatia na tele até a assembleia, caso ela ocorra. 

No documento enviado à SEC, o PointState disse ter mandado carta ao agente fiduciário BNY Mellon, em 17 de agosto, pedindo que o seu voto em assembleia fosse computado a favor da proposta do Société Mondiale. O fundo americano informou possuir, por meio de fundos afiliados, 8,65 milhões de American Depositary Shares (ADS), representando 43,25 milhões de ações ordinárias. Procurada, a Oi informa que vem adotando a prática de estender o direito de voto aos titulares de ADS nas assembleias realizadas pela companhia.

Aliansce (ALSC3, R$ 15,24, -2,18%)
A Aliansce convocou AGE (Assembleia Geral Extraordinária) para tratar de fatia no Shopping Leblon. A fatia é detida por Renato Feitosa Rique, diretor presidente da Aliansce por meio do Fundo de Investimento em Participações Bali e da RLB Empreendimentos e Participações, segundo comunicado. Em razão do vendedor ser parte relacionada, a companhia tomou as seguintes medidas: criação de comitê especial composto por pessoas indicadas por membros do conselho que não são parte relacionada para avaliar a aquisição; abstenção de voto da parte relacionada na reunião do conselho que avaliou a aquisição. A convocação da AGE para deliberar sobre a Aquisição para 13 de setembro, às 10 horas.